Ao final do terceiro ano, Olizandro ainda não entregou nenhum lote

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Durante a campanha eleitoral de 2012, o ainda candidato a prefeito Olizandro prometeu, caso fosse eleito, entregar às famílias araucarienses que estivessem na fila Cohab três mil lotes. A meta era ousada e, se cumprida, estaríamos diante do maior programa de habitação da história da cidade. Hoje, no entanto, ao final do terceiro ano de mandato, o agora prefeito Olizandro não conseguiu entregar nenhum dos lotes prometidos ou uma casinha de sapê que fosse.

A falta de resultados na área habitacional da cidade fica ainda mais vexatória quando se cons­tata que o Município tem uma companhia criada especificamente para construir casas para as famílias araucarienses. A Cohab-Araucária tem ainda uma estrutura invejável de pessoal, com dez funcionários efetivos e três diretores ganhando praticamente R$ 15 mil por mês. Mesmo assim, nenhum tijolo que seja foi assentado por intermédio do órgão ao longo dos últimos anos.

Mesmo sem nenhuma casa entregue e faltando apenas um ano para o término da atual gestão, o atual diretor-presidente da companhia, João Caetano Saliba Oliveira, defende o tra­balho que vem realizando a fren­te da Cohab. Segundo ele, algumas realizações importantes têm sido feitas pela companhia, cujos resultados efetivos serão concluídos até o meio do ano que vem.

Ele cita como exemplo, o jardim Juruá, na região do Campina da Barra. Lá, segundo ele, no mês que vem, a Cohab deve iniciar a licitação para entregar lotes prontos para cons­truir a 94 moradores. Outro empreendimento que ele diz ter sido realizado por intermédio da companhia é o residencial Green Village, cuja obra já está bem adiantada. A verdade, no entanto, é que este condomínio é uma obra particular em que a Cohab só disponibilizou seu cadastro de inscritos na fila da casa própria. Em fevereiro, conforme Caetano, outra parceria nos mesmos moldes do Green será lançada. É o Residencial Canadá. O problema, porém, é que tanto o primeiro como o segundo conjunto é destinado a famílias que ganham entre três e seis salários mínimos. Ou seja, não atende aquelas pessoas mais carentes, que ga­nham até três salários por mês e que justamente precisariam do poder público para encontrar um lugar digno para morar.

Para esse público mais carente, Caetano reconhece que historicamente o Município tem falhado. Para se ter uma ideia dessa negligência do poder público ao longo dos últimos vinte anos, conforme informações da própria Cohab, na gestão 1997-2000, comandada pelo então prefeito Rizio Wachowicz, apenas 37 casas foram entregues as famílias mais pobres. Entre 2001 e 2004, quando o prefeito era Albanor José Ferreira Gomes (PSDB), foram 125 lotes no jardim Esperança. Entre 2005 e 2008, quando Olizandro chefiava a cidade, a produção habitacional se resumiu a cinquenta casas no jardim Esperança e a regularização da ocupação 32 de Outubro, que beneficiou 310 famílias. Entre 2009 e 2012, quando Araucária esteve novamente sob o comando de Zezé, não houve uma tapera que fosse construída para quem ganhasse até três salários mínimos. Zero também é o número de famílias carentes tiradas da fila da casa própria na atual gestão.

Texto: Waldiclei Barboza

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