Eu também vou reclamar!

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Normalmente evito abordar problemas pessoais nestes dois mil caracteres semanais que o editor me concede. Faço isso porque, embora saiba que a vida não anda fácil para ninguém, me considero um privilegiado. No entanto, hoje, quero abrir uma exceção para também reclamar!

 

E, ao contrário do que dizia a clássica música de Raul Seixas, minhas queixas não são para fazer sucesso e nem para vender disco de protesto.

 

Preciso reclamar porque, ao longo dos últimos dois meses, recebi três multas por, em tese, estacionar em desacordo com a legislação municipal de trânsito. Traduzindo: não habilitei o meu estacionamento rotativo, fui flagrado pela ararinha e, no prazo de cinco dias, não regularizei a infração.

 

Ora, o que anda me revoltando neste caso é que eu não cometi às infrações que me foram imputadas pela autoridade de trânsito municipal. No entanto, não tenho como provar isso porque tanto a Prefeitura quanto a empresa que gerencia o EstaR não tem a mínima preocupação com o motorista araucarienses. Estamos reféns de informações que não podem ser auditadas.

 

Reclamo porque, como todos sabemos, a legislação que estipulou o Estacionamento Rotativo em Araucária prevê que os veículos só ficam sujeitos à multa por não habilitação do EstaR após cinco minutos parados  numa vaga alcançada pelo sistema. O problema é que, se dentro destes cinco minutos, uma ararinha passar pelo nosso carro, ela simplesmente imprime a filipeta de irregularidade e deixa lá, dependurada em nosso pára-brisa. Em tese, essa notificação só passaria a valer após sua autenticação pelo agente de trânsito. Isto porque, como sabemos, a funcionária da empresa que administra o EstaR não tem autoridade para nos aplicar uma multa.

 

O grande problema aí é que, infelizmente, o cidadão comum quando chega ao seu carro e vê lá a bendita filipeta não tem como saber se ela foi ou não autenticada pelo agente de trânsito. Restam-nos então três alternativas: procurar uma ararinha e pagar a taxa correspondente a cinco horas de EstaR, ir até a Prefeitura e procurar a Secretaria de Urbanismo para verificar se o aviso de irregularidade foi validado ou não fazer nenhum e nem outro e torcer para que não tenha havido a autenticação e o aviso de irregularidade não se transforme numa multa, com a acumulação de pontos em nossa carteira.

 

Independentemente de qual seja a opção que escolhermos, é impressionante como em todas elas o motorista fica refém. Por exemplo, a ararinha simplesmente não nos informa se o aviso de irregularidade foi ou não autenticado, meio que nos forçando a pagar as cinco horas de punição por não termos habilitado o EstaR. Do mesmo modo, se procurarmos a Secretaria de Urbanismo para saber sobre a autenticação, recebemos uma simples resposta de boca, sem nenhum comprovante de que realmente estivemos lá.

 

Eis aí, aliás, o motivo de minha reclamação. Em várias oportunidades parei meu carro em áreas abrangidas pelo EstaR para resolver situações rápidas, daquelas que levam menos de cinco minutos. Em três vezes destas, ao voltar, encontrei lá o aviso de irregularidade. Conversando com as ararinhas, elas queriam levar cinco horas de estacionamento para regularizar a pendência. Fui então à Secretaria de Urbanismo e lá recebi a informação de que não precisava me preocupar porque estava tudo certo. Pedi um protocolo de atendimento e eles simplesmente negaram. Passado pouco mais de um mês, no entanto, recebi três multas por estacionar irregularmente.

 

Ou seja, aqueles avisos de irregularidades que – segundo a Secretaria de Urbanismo – não foram validados viraram sim multas. Ou seja, eles teriam sido validados. Eu, embora tenha recebido a garantia de que “poderia ficar tranquilo”, acabei me ferrando.

 

E, como eu disse no início deste texto, eu fiz questão de reclamar disso porque, tenho certeza, há mais dezenas, talvez centenas de pessoas na mesma situação do que eu. Gente que recebeu uma garantia verbal de que não precisava de preocupar, mas que posteriormente acabou sendo prejudicado.

 

Esse amadorismo ou sacanagem mesmo da Prefeitura e da empresa que gerencia o EstaR são inadmissíveis e precisam o quanto antes serem revistas. Porque, do jeito que está, não podemos confiar nos órgãos que foram criados justamente para dar segurança aquilo que praticamos diariamente.

 

Comentários são bem vindos, sempre. Até uma próxima!

 

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