Se você tem mais de quarenta anos e sempre morou em Araucária deve se lembrar do tempo em que a maioria das ruas do quadro urbano que tinha pavimento, ainda era de paralelepípedo. Tempo de vida tranquila e muitos desafios pela frente. É desta época, nos idos de 1985, que vem a história da Autoescola Araucária, conduzida desde então por Nelci Domingos Fernandes.
História
Naquele ano, a autoescola ainda era em Curitiba e tinha o nome de Autoescola Diplomata. Seu chefe decidiu se mudar para o Rio de Janeiro e Nelci, então com apenas dezenove anos, não pensou duas vezes e assumiu a empresa. “Descobri que Araucária não tinha nenhuma autoescola e então eu decidi mudar a empresa para cá. Foi uma mão de obra danada. Tive que pegar um monte de declarações, alvarás e muita conversa com políticos para conseguir autorização para a transferência. Mas no fim deu tudo certo”, lembra a empresária.
Além de Araucária, também não havia autoescola nem em Contenda, nem na Lapa. Ela se desdobrava e, pelo menos uma vez por semana, ia a cada uma dessas cidades para dar aulas.
Desafios
Outra grande dificuldade que Nelci enfrentou foi por conta de um crime que ocorreu na época onde o então chefe da Ciretran de Araucária foi assassinado. “Tudo era muito devagar naquela época. Como o chefe da Ciretran foi morto, os testes para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) tinham que ser feitos em Curitiba. A gente ia de fusca. Nossa, são muitas as histórias que nossos alunos, que viraram amigos, ajudam a lembrar. Uma vez o fusca estragou no meio do caminho, depois da Cocelpa, e todo mundo teve que ajudar a empurrar. Dava um trabalhão, mas ao final, todo mundo conseguia fazer o teste e saía com a carteira na mão”, lembra Nelci.
Nelci sempre esteve envolvida nas discussões para melhorias em benefícios das autoescolas e do futuro dos alunos. A empreendedora, que hoje faz parte do Sindicato dos Proprietários das Autoescolas do estado do Paraná, foi a principal batalhadora para trazer de volta a Ciretran que chegou a ser fechada naquela época. Ela faz parte ainda de um grupo de autoescolas que se uniu para construir uma pista própria de para aulas de moto na cidade, com a proposta de facilitar o treinamento dos futuros motoristas. “O Detran queria transferir os exames práticos de moto para Curitiba e isso seria um retrocesso, complicaria a vida dos alunos” acrescentou.
Equipe experiente
Hoje a Autoescola Araucária funciona em prédio próprio, tem quatro carros, duas motos e uma equipe de dez pessoas. “Temos 31 anos de experiência. Nosso grande orgulho é a qualidade do nosso pessoal que sabe o que está fazendo e tem uma atenção toda especial com cada aluno”, explica Nelci. A autoescola faz primeira habilitação nas categorias A e B e também alteração nessas categorias. Também é sócia proprietária na Arautran Escola de Trânsito, onde são feitas as 45 aulas teóricas e os cursos especiais, como reciclagem para motorista infrator, curso de transporte coletivo e também o curso de movimentação e operação de produtos especiais (MOPE). “Agora também com simuladores de direção para a complementação da carga horária prática”, garante Nelci que lembra que, dos seus alunos a taxa de aprovação no teste prático é acima de 90% e no teórico, quase de 100%.
Serviço
A Autoescola Araucária fica na Rua São Vicente de Paulo, 533, pertinho da Escola Irmã Elizabeth Werka e os telefones são, 3031-2338, 3642-2338 e 9709-0004. O horário de atendimento ao público é das 8h30 às 18h30 de segunda a sexta, mas as aulas práticas vão até 21h.
Texto: CARLOS DO VALLE / FOTO: Carlos do Valle
