Continuamos a brincar com fogo…

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Preocupa-me o fato de colocarmos em risco valores fundamentais da sociedade e de virmos a ter de pagar o altíssimo preço do desprezo a tais grandezas. A liberdade e o regime decorrente de sua existência, a democracia, precisa ser preservada pelos que tem conhecimento suficiente e que pretendem legar um mundo melhor às gerações vindouras. O conhecimento que cada um de nós possui pode ser decorrente de estudos formais e autônomos. Ou, originário das experiências vividas e adequadamente analisadas. Nenhum tipo de conhecimento é inferior a outro e todos são superiores a soberba dos que se acham concessionários exclusivos da verdade. Durante a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, manifestei meu posicionamento de compreensão para com as pessoas que diziam ser contra a realização do evento no país alegando qualquer motivo que lhes parecia justo. Exagero foi o que detectei quando tentavam impedir a realização da Copa e todos os preparativos já haviam sido realizados e os gastos realizados. Certos movimentos reivindicatórios, conduzidos muitas vezes por entidades e lideranças de classe tidas como autênticas e legítimas, tem mostrado grande descaso com o direito de livre pensamento. Por mais estranha que possa parecer uma ideia devemos garantir o direito do cidadão em defendê-la, sem descuidar do estrago que podem causar o despreparo, a ignorância e os interesses inconfessáveis. Tomando como exemplo o movimento dos caminhoneiros, penso que conseguirei demonstrar ao que me refiro. Como categoria específica de trabalhadores este grupo está em seu pleno direito de apresentar suas reivindicações, mesmo que soem descabidas à maioria das pessoas. Porém, as lideranças deste protesto atual dos caminhoneiros afirmam que pretendem manter as estradas bloqueadas até a saída da atual presidente. Não me refiro ao desejo de afastamento de um mandatário legalmente constituído, pois nossas leis contemplam situações específicas para a troca, voluntária ou não, dos políticos. É sabido que as pessoas públicas submetem-se a aprovação e a desaprovação e todos têm o direito de expressar sua opinião, respeitados os limites legais e a boa educação. O reprovável é querer impor pela força a posição de um determinado setor. Muito pior, ainda, é vermos pessoas pretensamente esclarecidas flertarem com atitudes autoritárias e antidemocráticas como a demonstrada por alguns caminhoneiros. E o fazem apenas para ver seu interesse imediatista atendido. Dá para imaginar a sociedade em que viveríamos se, dispondo força para tal, cada grupo impusesse sua vontade. Proteger a democracia é um dever de cada cidadão.

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