Deficientes reclamam da falta de estrutura na cidade

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Araucária, ao contrário do que se imagina, não está tão preparada para atender as necessidades dos deficientes físicos. De acordo com José de Jesus, presidente da Adefar – Associação dos Portadores de Deficiência Física de Araucária existem muitos locais públicos e privados que necessitam de adaptações para atender essa população.

Segundo ele, andar por Araucária ainda é uma aventura perigosa para os deficientes, principalmente os físicos e visuais. “No Centro de Araucária, onde está concentrada a maior parte das lojas e bancos, não existe um rebaixamento na calçada e somos obrigados a andar pela rua e disputar espaço com os carros”, comenta.

Outro problema enfrentado pela classe são as vagas especiais para deficientes físicos nos estacionamentos de supermercados, que nem sempre são respeitadas. “Sou deficiente físico, mas dirijo e utilizo as vagas especiais nos estacionamentos, isso quando as pessoas respeitam esse nosso direito.

No Supermercado DIP, por exemplo, por diversas vezes tive que orientar as pessoas de que se trata de uma vaga restrita, mas elas parecem não dar a mínima para o nosso problema”, afirma Felipe Klemba, 29 anos, que teve uma das pernas amputadas em 2006 por problemas de saúde e hoje usa muletas.

Ele afirma ainda que mesmo em alguns locais que existem vagas especiais, as mesmas não respeitam a legislação, que exige um espaço que suporte um veículo e mais 1,20m para facilitar a saída/entrada do portador de deficiência no carro. “Além dos estacionamentos, quando saio a pé enfrento alguns problemas com relação às calçadas, que na maioria dos locais, não são anti-derrapantes e ainda não possuem guias rebaixadas”, acrescenta.

Direitos
Conforme a Adefar, cerca de 3% (3 mil) dos araucarienses possuem algum tipo de deficiência, seja ela visual, auditiva, múltipla, física ou mental. “”Não é uma estatística exata, mas acredito que este seja o número aproximado”, acrescenta.

José ficou paraplégico há 13 anos, quando levou um tiro durante um assalto. “No começo foi muito difícil, até me acostumar com esta nova vida, mas não podemos desistir de nossos sonhos e nem deixar de lutar pelos nossos direitos”, afirma.

E um dos direitos que José acredita ser fundamental para os portadores de deficiência física do município é a criação do Conselho dos Deficientes Físicos e Familiares de Araucária, pedido que, segundo ele, foi enviado à Prefeitura Municipal em 2006 e até agora não saiu do papel. “Outra solicitação da Adefar foi com relação ao pedido de reconhecer a entidade como utilidade pública. Esta solicitação nós enviamos à Câmara Municipal em 2004 e até agora nada”, denuncia.

José também reclama dos banheiros inadequados que existem nos terminais de ônibus e da falta estrutura para os cadeirantes em vários locais públicos.

Planejamento
A secretária municipal de Planejamento, a arquiteta e urbanista Aline Vieira de Andrade, concorda quer antigamente não havia um planejamento adequado com relação aos portadores de deficiência física na hora de executar uma obra, mas afirma que atualmente a legislação mudou.

“Todos os projetos recentes foram planejados e executados dentro das normas de acessibilidade. O que estamos fazendo para tentar reverter este problema é repaginar a cidade conforme as exigências de uma lei federal, que ampara a classe. E mesmo os prédios privados já construídos ou em fase de planejamento, devem respeitar esta legislação e adequar suas instalações de maneira a atender os portadores de deficiência física”, explica.

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