Venda de bebida alcoólica em festa de escola causou o maior “auê”

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A festa junina promovida pela Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira, no jardim Pequim, no domingo, 26 de junho, teve muito mais do que quadrilha, brincadeiras e comidas típicas. O evento, que foi aberto à comunidade, acabou sendo alvo de denúncias. Isso porque a escola decidiu vender bebidas alcoólicas (quentão e cerveja), mesmo sabendo que no local haveria muitas crianças e adolescentes.

Se para alguns pais o fato pareceu normal, para outros, a conversa foi bem diferente. No auge da festança, denúncias de que havia menores comprando bebidas começaram a chegar no Conselho Tutelar e na Guarda Municipal. Uma viatura da GM foi até a escola, constatou a venda das bebidas, porém, não flagrou nenhum menor consumindo. No entanto, em conversa com a direção, solicitou que a venda fosse imediatamente suspensa. “Recebemos algumas denúncias anônimas sobre a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nas dependências da instituição, mas pedimos que a diretora interrompesse a venda e ela nos atendeu. Não encontramos menores consumindo, mesmo assim, decidimos permanecer durante um tempo monitorando a festa”, disse Alaercio Jose Libel Nijo, diretor de departamento da GMA.

A conselheira tutelar Franciele Menegatti confirmou que o Conselho também recebeu denúncias e foi até o local. “Quando cheguei à festa, a Guarda já estava lá e a venda tinha sido suspensa. Resolvemos ficar na escola mais algumas horas. No portão, cheguei a flagrar alguns jovens maiores tentando entrar com bebida alcoólica, mas pedi que não o fizessem, então eles questionaram porque não podiam entrar, sendo que na festa já estavam vendendo quentão e cerveja”, comentou Franciele. Ela disse ainda que o Conselho entrou em contato com a Promotoria da Infância e Juventude para repassar o fato e tomar as medidas cabíveis..

Ingenuidade?

A diretora da escola, Swelen Gabarron Peralta, admitiu que a escola vendeu quentão com álcool e cerveja, mas achou que não teria problemas, por ser um evento aberto à comunidade. “É claro que estávamos tendo todo cuidado para que as bebidas não fossem vendidas para menores. Mas sabe como esse povo exagera. Chamaram a GMA, a Polícia Militar e o Conselho Tutelar. Eles vieram aqui e pediram que parássemos de vender e nós prontamente atendemos, e a festa transcorreu tranquilamente, inclusive eles ficaram aqui acompanhando por um tempo. Só tinham maiores de idade bebendo, aliás, em festas de igrejas e outros locais isso costuma acontecer e ninguém fala nada”, disse Swelen.

Questionada sobre o fato, a Secretaria Municipal de Educação apenas orientou que quando ocorrerem situações como esta, os pais ou qualquer outra pessoa da comunidade, poderão entrar em contato com a Ouvidoria no fone 0800-6431500 para formalizar a denúncia. A partir daí, a SMED abrirá um processo de investigação para saber que medidas deverão ser tomadas.

Ponta firme

Para evitar que casos como este voltem a acontecer, o promotor da Infância e Juventude de Araucária, David Kerber de Aguiar, tomou uma medida mais enérgica: emitiu na manhã desta quarta-feira, dia 29, uma Resolução Administrativa para as secretarias municipal e estadual de Educação e para todas as escolas do Município, esclarecendo o tema, com base na legislação vigente.

Uma das recomendações da Resolução é de que todos os gestores de escolas públicas e privadas se abstenham de comercializar ou de fornecer bebidas alcoólicas (incluindo o quentão), mesmo para adultos (alunos, pais, professores, administradores e/ou visitantes), durante qualquer atividade realizada no interior das instituições de ensino, inclusive em festa juninas.

Acompanhe a íntegra da Resolução. Clique aqui

Texto: Maurenn Bernardo / FOTO: Everson Santos

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