A cidade de Araucária é abastecida pelo Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC). A situação seria confortável, com 98% de reserva nas barragens, no entanto, em tempos de crise, é essencial que a população colabore usando a água sem desperdiçar. Por enquanto, a crise hídrica que está atingindo os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais não afetou o abastecimento de água tratada no Paraná.
Nos municípios atendidos pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) são verificados apenas problemas pontuais, isto é, quando a empresa realiza serviços de manutenção ou obras. A falta de água, na maioria das vezes, só é percebida pelo cliente que não possui caixa-d’água instalada no imóvel, conforme orienta a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
O Presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche, afirma que a empresa realiza um planejamento de longo prazo. Segundo ele, mesmo antes de a Sanepar ser criada, já havia um plano diretor de recursos hídricos para a região de Curitiba, na década de 1940. “Este Plano Diretor é atualizado a cada dez anos com base nos dados do Censo do IBGE. E, com a sua revisão permanente, já temos definidas as ações que serão executadas até 2040”, declara.
A Sanepar fornece água para 10 milhões de paranaenses em mais de 700 localidades. Destas, apenas em pequenos sistemas a produção pode ficar comprometida pela redução de vazão dos poços, em decorrência da estiagem. Porém, quando isto ocorre, a empresa perfura outros poços ou faz o abastecimento, emergencialmente, por caminhão-pipa. O aumento das temperaturas também pode afetar o abastecimento. No Paraná, quando as altas temperaturas superam as médias tradicionais, o consumo tende a aumentar em até 30%, em relação ao inverno. “Com o calor das últimas semanas, a população está consumindo 10% a mais de água em relação aos verões anteriores”, afirma o diretor de Operações da Sanepar, Paulo Alberto Dedavid.
Em Curitiba e Região Metropolitana a situação de abastecimento ainda é bastante cômoda, mesmo com o consumo médio em Araucária sendo de 136,22 litros/habitante por dia. O sistema integrado permite remanejar água tratada para qualquer região, independentemente de onde tenha sido produzida. “Esta integração é o grande diferencial no sistema de abastecimento da capital e dos municípios vizinhos”, diz Paulo Alberto. Ele explica que hoje, nas quatro barragens (Piraquara I, Piraquara II, Iraí e Passaúna), o armazenamento chega a quase 100% da capacidade. Este volume é suficiente para atender a RMC por até oito meses, sem chuva, dependendo do consumo.
O diretor de Operações reitera que, apesar da situação parecer tranquila, quando comparada com a dos estados do Sudeste e com as dificuldades do setor elétrico, o momento requer atenção dos paranaenses. “Cada cliente precisa economizar, usando água tratada racionalmente. Agora a estiagem não nos afeta, mas as atitudes responsáveis em relação a este bem devem ser praticadas todos os dias”, avisa.
Texto: Rafaela Carvalho / Foto: Everson Santos