Alunos de escolas estaduais finalmente retornaram às aulas ontem

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Retorno das atividades no Szymanski, um dos maiores colégios da cidade
Retorno das atividades no Szymanski, um dos maiores colégios da cidade

Aproximadamente 11 mil alunos da rede estadual de ensino de Araucária retornaram às salas de aulas ontem, 12 de março, após o término da greve dos professores, que durou 29 dias. O movimento foi suspenso, no entanto, a qualquer momento professores e demais funcionários podem voltar a cruzar os braços caso as suas reivindicações não sejam atendidas. A reportagem do Jornal O Popular conversou com alguns colégios do município para saber como foi a recepção dos alunos e se a escola estava com tudo preparado e organizado para recebê-los.

No Colégio Helena Wysocki, no bairro Costeira, os 1.150 alunos matriculados não encontra­ram a escola totalmente organizada como deveria. “Apesar de todo protesto, começamos o ano letivo com falta de funcionários para serviços gerais, na secretaria e, se isso não bastasse, o quadro de professores também está incompleto”, disse o diretor Rodrigo Marcelo Wzorek.

Ainda de acordo com ele, a escola vai enfrentar ainda pro­blemas com a merenda, pois no estoque só existem alimentos não perecíveis e sal. “Não temos frutas, verduras, carnes, nenhum tipo de tempero e também está faltando sucos”, enumerou.

Com relação a estrutura do prédio, que ficou praticamente fechado durante três meses, tudo está preservado, apenas o mato ao redor da escola está alto, mas a roçada já está sendo providenciada.

Situação semelhante deverá ser enfrentada pela comunidade escolar do Colégio Fazenda Ve­lha, no bairro Estação. Segundo a professora de Português e Espanhol, Alessandra Silveira Bastos, o quadro de funcionários está incompleto e, pra piorar, existe uma fila de espera enorme para ingresso no primeiro ano do ensino médio. “Não tivemos autori­zação para abrir mais uma turma e muitos alunos ficarão sem estudar. Nosso colégio também enfrenta problemas de estrutura, precisa urgente de reformas, prova disso é estarmos desde 2008 funcionando em dois locais. Diante de todas estas dificuldades ainda podemos nos dar por sa­tisfeitos pois sabemos que tem colégios no município que estão com apenas dois funcionários para atender limpeza, merenda, secretaria, etc e que ainda não receberam o Fundo Rotativo”, comentou Alessandra.

Sobre a merenda ela disse que está tudo sob controle, tem alimentos para suprir a demanda por algum tempo. “Temos 740 alunos matriculados, mas queremos zerar a fila de espera”.

“No Colégio Júlio Szymans­ki, que fica no Centro, e tem 1.719 alunos matriculados, a situação é um pouco melhor no que diz respeito a funcionários e professores especializados. “Mesmo com o quadro incompleto, conseguimos retomar nossas atividades dentro da normalidade. O que ainda precisamos resolver é a fila de espera para o primeiro ano, que hoje está com 120 alunos, isso porque o Estado não liberou a abertura de novas turmas”, explicou o diretor Sérgio Ricardo Hey.

Ele disse que o estoque de merenda também deverá suprir as necessidades nos próximos dias. “Agora vamos providenciar a roçada do mato, que está bem alto e colocar a casa em rodem depois dos dias parados”.

Não terá aula aos sábados!

A maior preocupação dos pais desde que a greve dos professores começou e acabou se estendendo por tantos dias, era com relação a reposição de aulas. Com relação a isso, o Núcleo Regional de Educação – Área Metropolitana Sul tranquilizou os pais informando que não haverá reposição de aulas aos sábados.

“Já refizemos o novo calendário letivo e, para repor os dias parados, as aulas deverão avançar por mais uma semana no mês de julho e uma semana em dezembro. Quanto as dificuldades que muitas escolas ainda vão enfrentar neste retorno, o NRE já enviou e-mail para todas elas para fazer um levantamento de quais são as necessidades no que tange a problemas de merenda, transporte, e outros, para buscar soluções. Vale lembrar que a maioria também retornou com quadro de professores e funcionários incompletos, e isso aos poucos será resolvido”, pontuou Maurício Ferraz da Costa, chefe do Núcleo.

FOTO: EVERSON SANTOS

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