Após mais de 40 anos, fábrica da Agro Chá vai encerrar atividades em Araucária

Empresa tem a matriz no Japão e não resistiu aos reflexos da crise no país
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Após mais de 40 anos, fábrica da Agro Chá vai encerrar atividades em Araucária
Empresa tem a matriz no Japão e não resistiu aos reflexos da crise no país

 

Após mais de 40 anos, a fábrica da Agro Chá, localizada na área rural de Boa Vista, em Araucária, vai encerrar suas atividades. O motivo, segundo o gerente geral da unidade, Maurício Kitano, seria a crise financeira e a consequente queda na demanda. A empresa, que no auge da produção empregava cerca de 70 funcionários, vem reduzindo seu quadro desde o ano passado e hoje está com apenas 45. “Estamos encerrando a safra, cuidando dos últimos detalhes da parte burocrática e, em breve, a empresa fechará suas portas. Os funcionários foram chamados para fazer parte do quadro das unidades de São Paulo, mas devido à distância, acharam a proposta inviável”, explicou o empresário.

A Yamamotoyama, que comanda a Agro Chá e demais unidades, é uma empresa familiar especializada na produção de chá verde convencional e orgânico. Recentemente o patriarca da família decidiu passar o comando para os filhos que, com outra visão de negócios, acharam por bem fechar a unidade de Araucária, em função dos altos custos que ela exigia, mantendo apenas as duas unidades de São Paulo e a matriz, no Japão. “Com essa nova gestão, também ocorreram várias mudanças na direção da empresa”, esclareceu.

O empresário também explicou que a estrutura física da fábrica é própria e a família teria planos de vender ou arrendar, já que alguns empresários teriam manifestado interesse em dar continuidade na produção de chás.

Sobre a empresa

Fundada no Japão em 1690, a Yamamotoyama, tradicional empresa familiar de chá verde com 320 anos de história, começou o plantio do chá verde no Brasil em 1970, movida pelo desejo de oferecer ao mundo todo um chá verde igualmente saboroso ao chá japonês.

Kuniichiro Yamamoto, presidente da 9ª geração de Yamamotoyama, passou a direcionar esse desejo ao mundo, não se restringindo ao Japão, e em 1960 viajou pelo mundo em busca de terras apropriadas para a produção de chá. Como resultado, encontrou nas terras brasileiras do estado de São Paulo um local que pudesse produzir um chá japonês de boa qualidade, preenchendo diversos requisitos como solo, pluviosidade e temperatura. Assim, além das duas unidades que abriu em São Paulo, inaugurou em 1974 uma filial em Araucária, que passou a exportar cerca de 80% da sua produção para o Japão e Estados Unidos.

 

Foto: Everson Santos

Publicado na edição 1106 – 29/03/2018

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