Uma audiência pública que acontece nesta quinta-feira, 12 de abril, às 19 horas, na Câmara de Vereadores de Araucária vai debater a proposta de privatização da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), uma subsidiária da Petrobras. O encontro está sendo promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Petroquímica do Estado do Paraná (Sindiquímica), com apoio do vereador Leandro Andrade Preto.
Durante a audiência acontecerá uma discussão sobre os impactos que a privatização traria não só para os trabalhadores da unidade, mas para toda a população local. Na ocasião, a comunidade terá a oportunidade de entender melhor sobre o funcionamento do processo licitatório proposto. Além disso, serão debatidos os impactos da privatização para a economia do município de Araucária, uma vez que grande parte da receita da cidade vem da Petrobras.
De acordo com o sindicato, privatizar a FAFEN, antiga Ultrafertil, constituiu em um roubo do patrimônio público nacional, isso porque o país caminhava para uma autonomia na produção de fertilizantes hidrogenados e agora entrega suas empresas gratuitamente para o mercado internacional, gerando com isso, empregos lá fora, e aumentando o desemprego em Araucária. Além disso, pontua o sindicato, vai reduzir a arrecadação do Município, e ainda subir excessivamente o preço dos alimentos no país.
O grupo russo Acron, seria um dos interessados na compra da Unidade de Fertilizantes-III (UFN-III), em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e da empresa Araucária Nitrogenados (FAFEN), em Araucária, mas o processo de venda, que segundo a Petrobras faz parte do Plano de Negócios e Gestão 2017-2021, de desinvestimentos (venda de ativos) da estatal e de deixar a produção de fertilizantes, ainda estaria em andamento.
A reportagem do O Popular entrou em contato com a assessoria de imprensa da Petrobras para saber mais detalhes desta venda, mas a empresa adiantou que não comenta sobre a negociação.
Sobre a FAFEN
A FAFEN foi inaugurada em 1982 e desde 2013 é uma subsidiária integral da Petrobras, com capacidade de produzir, a partir do resíduo asfáltico, 1.303 toneladas por dia de amônia e 1.975 t/dia de ureia, de uso nas indústrias química e de fertilizantes.
Esta é a segunda ameaça de privatização da fábrica, que foi vendida em 1993, durante o governo de Itamar Franco, mas o processo de privatização do setor de fertilizantes havia se iniciado na administração de Fernando Collor. Na época a fábrica produzia 42% dos fertilizantes utilizados no país.
A FAFEN voltou para o Sistema Petrobras em 2013, após uma transação comercial da estatal com a Vale Fertilizantes, então proprietária da fábrica, sob a ótica do projeto de soberania nacional e da Petrobras como empresa estatal integrada e indutora do desenvolvimento econômico e social do país, interrompido com o golpe político, jurídico e midiático de 2016.
