Você concorda que uma escola atribua punições rígidas aos alunos que infrinjam as normas da instituição? Pois é, o assunto é polêmico e foi trazido à tona esta semana quando alguns alunos do Colégio Estadual Professora Helena Wysocki, no bairro Costeira, publicaram nas redes sociais que teriam sido castigados pela diretora e uma pedagoga, e que tal atitude os deixou em situação vexatória.
Tudo teria acontecido nesta quarta-feira, 23 de março, quando eles tentaram entrar na sala após o recreio, quatro minutos atrasados para assistirem a aula. Os alunos relataram que a professora já tinha fechado a porta da sala e que eles foram orientados a procurar a pedagoga. Esta teria obrigado os estudantes a limpar o chão da cantina, varrer e passar pano no chão. “O pior nem foi tanto ter que limparms o chão, ficamos indignados porque a tia da limpeza ficava o tempo falando pra gente lavar o pano bem lavadinho e deixar o pano bem sequinho pro chão ficar bem limpo. Um de nós ainda foi obrigado a limpar o banheiro. Tivemos ainda que recolher os talheres e pratos da cantina”, relatou uma das alunas.
Eles contaram ainda eu alguns pais chegaram a ir até a escola para saber o motivo dessa atitude e a diretora e a pedagoga ainda tiveram a capacidade de debochar deles. “Perguntou a idade deles, ainda fez questão de perguntar porque eles não estavam trabalhando, se eles não tinham trabalho”, acrescentou.
Os estudantes também contaram que ficaram abalados com a vergonha que passaram diante dos demais colegas. “Não discordamos que a diretoria castigue quem faz coisa errada, mas humilhar é inaceitável. Eu não me importaria de ajudar se estivesse em uma aula vaga, ou se eu não estivesse fazendo nada, mais só porque tentei entrar na sala após dois minutos depois tive que fazer essas coisas? O pior ainda é que nem pediram com educação, foram ignorantes. Ainda pediram pra gente limpar de volta porque estava mal feito, falaram que estávamos de ‘mimimi’ e que éramos frescos. Isso já é falta de respeito”, denunciou outra aluna.
Divergências
A postagem nas redes sociais acabou dividindo opiniões e, apesar de a maioria ter sido solidária aos alunos, teve quem aprovou a medida adotada pela direção da escola. O problema é que entre os comentários, outras acusações contra a escola, de humilhações sofridas por alunos, vieram à tona.
Investigação
O chefe do Núcleo Regional de educação – Área Metropolitana Sul, Maurício Ferraz da Costa, disse que a postura da diretoria não foi correta e que vai se inteirar melhor da situação para saber quais medidas serão tomadas.
“Sempre orientamos as instituições de que jamais exponham seus alunos ao constrangimento. O problema é que atitudes individuais como esta acabam sendo mal vistas pela sociedade. São medidas isoladas que afetam o coletivo. É um caso que deve ser denunciado na Ouvidoria e investigado. O correto em situações como esta é a diretoria solicitar a presença dos pais ou responsáveis pelo aluno e tentar resolver a questão de outra maneira”, explicou.
A reportagem do Jornal O Popular entrou em contato com a direção do Colégio Helena, deixou inúmeros recados, mas não teve retorno.
