Cursinho Solidário do Szymanski já aprovou mais de 20 alunos

Foto: Arquivo
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Cursinho Solidário do Szymanski já aprovou mais de 20 alunos
Alunos dedicam todos os finais de semana para se prepararem

 

A preparação para o vestibular ofertada pelos cursinhos, é um fator valioso que faz toda a diferença na hora das provas. Mas infelizmente, não é acessível a todos os candidatos. É por isso que os cursinhos solidários, que atendem gratuitamente milhares de alunos todos os anos, tem um papel importantíssimo, pois permitem que muitos estudantes consigam realizar o sonho de ingressar na faculdade. No Colégio Estadual Professor Julio Szymanski, alunos estão tendo a oportunidade de viver esta realidade. Eles participam do SuperAção, um cursinho solidário que foi criado pelo professor Rafael Bandeira Soares, ex-aluno da instituição, que hoje está prestes a se formar em Química, pela PUC-PR.

“Também porque fui aluno de um cursinho solidário em Curitiba, pela ONG Em Ação, que me ajudou a conquistar uma bolsa de estudos integral. Junto com meus amigos e coordenadores do Curso SuperAção, acreditamos que ajudar estes jovens a alcançar o sonho de entrar para a universidade é o primeiro passo que podemos dar para um mundo melhor”, comentou.

O projeto iniciou em 2016, quando Rafael fazia estágio pela faculdade no Colégio Helena Wysocki, em Araucária. Alguns alunos comentaram com ele que queriam fazer vestibular, mas não tinham condições de pagar um cursinho privado. “Foi então que conversei com o diretor do colégio e me ofereci para dar aulas de Química, Matemática e Fisíca aos sábados. Começamos com 15 alunos e tivemos 5 aprovações em vestibulares da UFPR, pelo SISU e ProUni. Decidi expandir isso pra Araucária inteira, chamando colegas da faculdade pra me ajudarem com outras disciplinas. Então conversei com o diretor do Szymanski, que nos recebeu de braços abertos e ajuda o projeto até hoje. No primeiro ano o cursinho aprovou 7 alunos e no ano passado já foram 23”, relatou.

Um dos voluntários é o professor Adriano Vaz de Andrade, que cursa Licenciatura em Física e vem de Fazenda Rio Grande todos os finais de semana para dar aulas. “Hoje temos muitos ex-alunos que atuam como voluntários e nos ajudam na organização. Nunca estudei em Araucária, mas trabalhei com o Rafael e fiquei sabendo desse projeto. Estou muito feliz em poder ajudar”, comentou.

Dandie Antunes Bozza, formado em Biologia, também é professor voluntário. Assim que terminou o mestrado, resolveu largar a área da pesquisa científica e se tornar professor. “Descobri o SuperAção por acaso. Uma amiga da faculdade dava aula lá e me chamou, pois sabia que eu morava perto do Szymanski.Topei de primeira, porque meu sonho sempre foi dar aula em um curso pré-vestibular, de preferência voluntário. Tentei inúmeras vezes entrar no Em Ação e no Formação Solidária, mas nunca consegui. Entrei no SuperAção em junho de 2017 e participei da coordenação até junho desse ano. Tenho um imenso orgulho de fazer parte desse cursinho”, elogiou.

Ronei de Lima Martins foi aprovado no vestibular de Odontologia da UFPR após fazer o cursinho solidário do Szymanski. Ele conta que frequentou as aulas durante 8 meses e foi uma ótima experiência, pois aprendeu muito, com professores capacitados e aulas dinâmicas. “Agora participo do grupo de apoio deles e pude notar as melhorias feitas pelos coordenadores”. Assim como Ronei, Vinicius Ferreira Taborda é ex-aluno do Szymanski, fez o cursinho solidário e hoje é acadêmico de Engenharia Mecânica. O estudante relata que se não fosse o projeto, não teria passado no vestibular. “Ainda que fosse cansativo estar lá todos os finais de semana, valeu a pena. Lá tem professores excelentes que buscam ensinar da melhor maneira possível e que também sacrificam seus finais de semana para ensinar, sem qualquer tipo de retorno financeiro. Antes do curso eu nem imaginava ser possível conseguir entrar em uma universidade federal, mas foi lá que eu fui motivado e encontrei pessoas que acreditavam em mim e estavam dispostas a caminhar comigo e me ajudar a alcançar esse sonho. O curso foi uma fase muito importante e especial pra mim, do qual nunca vou esquecer”, elogia.

Superação de ambos os lados

Cursinho Solidário do Szymanski já aprovou mais de 20 alunos
Alunos do cursinho, aprovados no vestibular, comemoram

 

A estudante Gabriela de Paula Faria relata que no começo do ano passado o cursinho foi anunciado nas salas de aula por alguns dos professores voluntários. Segundo ela, muitos se inscreveram, teve até lista de espera, foram 100 vagas ofertadas, divididas em duas turmas. Entretanto, na metade do ano alguns começaram a desistir, visto que entraram sem a devida seriedade, ou até mesmo por achar muito puxado. Na metade do ano foram abertas as vagas para o Semi Extensivo para que alunos de outras escolas públicas também tivessem essa oportunidade. “No decorrer das aulas viram a necessidade de um nome para o cursinho, foram dadas algumas sugestões pelos alunos e sugeri SuperAção. Esse nome foi escolhido pelo seu duplo sentido, que traz a ideia principal do cursinho, uma super ação dos professores em dedicar todos os finais de semana de maneira totalmente voluntária, e uma superação dos alunos por muitas vezes deixar de lado o lazer e a família em prol dos finais de semana de estudos. O cursinho SuperAção é um lindo trabalho que deve ser reconhecido, considerando as chances oferecidas para quem não tem condições de pagar um cursinho. Graças ao cursinho, hoje estou cursando Turismo na Universidade Federal”, disse a jovem.

Para o diretor do Szymanski, André Gotfrid, o cursinho é uma prova de que existem pessoas dispostas a trabalhar, mesmo que de forma voluntária, por um mundo melhor. “Os professores do cursinho abrem mão de suas próprias vidas e se desdobram para ensinar os alunos todos os finais de semana. E os alunos, ao invés de escolherem a diversão no final de semana, preferem estudar, para garantir um futuro mais digno. Eles que comandam tudo, cuidam da organização, da limpeza da sala, levam marmitas para não perder tempo e ficam lá, todos os sábados e domingos, das 8 às 20 horas, num ritmo intenso de estudo. Eles fazem simulados, redigem uma redação por semana e precisam respeitar as regras para garantir a permanência nas aulas, já que existe uma extensa fila de espera. É gratificante ver todo este trabalho dando resultado”, pontuou André.

 

 

 

Fotos: divulgação

Publicado na edição 1120 – 05/07/2018

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