Jovem estudante driblou dificuldades e conseguiu ser aprovada no vestibular da UFPR

Luany não fez cursinho, mas estudava em casa, mais de oito horas por dia
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Jovem estudante driblou dificuldades e conseguiu ser aprovada no vestibular da UFPR
Luany não fez cursinho, mas estudava em casa, mais de oito horas por dia

 

A história da jovem Luany Hellen Padilha Ribeiro, de 20 anos, é o que podemos chamar de exemplo de perseverança, de alguém que corre atrás de um sonho e não desiste diante das dificuldades. Ex-aluna do Colégio Estadual Professor Julio Szymanski, ela acaba de ser aprovada no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no curso de Medicina Veterinária. Para quem está conhecendo a vida de Luany, pode achar que ela simplesmente conseguiu o que tanto queira, mas não é bem assim.

Em 2015, quando ainda era aluna do 4° ano do curso Técnico em Administração, se dedicava muito aos estudos. Conseguiu uma vaga no cursinho Solidário em Curitiba, dedicava-se ao vestibular e a elaboração do TCC no Colégio. Ao final do ano tentou vestibular da UFPR e passou na primeira fase, mas não conseguiu ser aprovada na 2° fase. “Após concluir o ensino médio tentei vestibular por três anos. Em 2015, tentei em uma universidade particular, mas como não teria dinheiro pra pagar, fiz mesmo por experiência. Em 2016 não fiz vestibular e agora em 2017 tentei novamente na UFPR e consegui passar”, relata a jovem.

Jovem estudante driblou dificuldades e conseguiu ser aprovada no vestibular da UFPR
Por várias vezes Luany teve que abrir mão dos estudos para ajudar a família

Ela conta que em 2015 a família já enfrentava problemas financeiros, mas em 2016 a situação chegou ao extremo. “Em 2016 arrumei trabalho em uma lanchonete e estava juntando dinheiro pra pagar o cursinho, infelizmente meu pai recebeu uma notificação de que iríamos ser despejados, tentamos negociar com a imobiliária. Meu pai tinha um carro na época e com o dinheiro que consegui no meu emprego o ajudei a quitar pra colocar à venda e tentar salvar nossa casa. Por isso que em 2016 não tive dinheiro para pagar a inscrição e acabei não fazendo vestibular. Até consegui vaga pelo Sisu, mas não consegui ir porque tinha que continuar trabalhando para ajudar meu pai a pagar as dívidas. Infelizmente nada deu certo pra gente. Em 2017 juntei mais e lá pelo mês de março sai do emprego e me dediquei somente aos estudos. Foi uma fase bem complicada, sofri muita pressão psicológica, por ter saído do trabalho e não conseguir mais ajudar minha família, isso porque eu precisava parar pra estudar. Estudar em casa foi muito difícil, paguei o curso e ficava em casa estudando, mesmo em meio a tantos problemas, vendo meus pais nervosos. Nessa época entrei em conflito porque não sabia se continuava estudando ou arrumava trabalho pra ajudar eles. Foi difícil focar nos estudos, mesmo assim consegui estudar, fiz as provas e passei no vestibular”, relembra.

O grande desafio que Luany terá agora pela frente será o de se manter na faculdade, pagar transporte, alimentação e outras despesas, já que a família enfrenta dificuldades financeiras e ela não poderá conciliar os estudos com o trabalho, pois seu curso é integral. “Quero ver se consigo bolsa quando entrar lá, só assim conseguirei estudar”, comentou.
a escolha do curso

Luany conta que escolheu Medicina Veterinária porque sempre gostou de animais. “Desde pequena sempre falei que queria ajudar os animais de rua, eu trazia eles para casa, cuidava, tinha muita pena. Sempre gostei de ter contato com a natureza, sempre tive consciência ecológica, era aquela criança chata que brigada quando alguém jogava lixo na rua. Também optei pelo curso pelas minhas experiências de vida, as pessoas me decepcionaram muito e então eu decidi estudar para ajudar os animais. Isso vai ser muito prazeroso pra mim. Eu tenho vários cachorros que adotei da ONG Bicho Não é Lixo e outros que recolhi da rua. Gosto de cuidar deles”, justificou.

Fotos: Everson Santos

Publicado na edição 1096 – 18/01/2018

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