Nadar na represa pode resultar em tragédia

Pessoas ignoram os perigos e se divertem na represa
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Acalmar o calor tomando banho em cavas, represas ou tanques é uma atitude que requer muitos cuidados. São locais que representam um perigo muito grande porque possuem fundos irregulares, têm sujeiras, arames farpados, paus e outros objetos que podem enroscar nas pessoas e fazer com se afoguem. Além do fundo desconhecido, muitos destes pontos possuem águas poluídas, que podem causar doenças.

Segundo o Corpo de Bombeiros, todos os anos, nesta época de calor intenso, são registradas muitas ocorrências de afogamentos. Isso porque muitos banhistas são imprudentes porque não acreditam que estão sujeitos ao perigo.

“O problema é que além de tudo, não tem a supervisão de guarda-vidas nestes locais, justamente porque a presença de banhistas é proibida. O ideal é que as pessoas procurem parques aquáticos ou as praias do litoral, mas se não tiverem condições, que busquem as piscinas públicas, a exemplo do CSU”, orienta o capitão Cleber Daverson Luiz dos Santos, comandante do 2º sub-grupamento do Corpo de Bombeiros de Araucária.

Segundo ele, durante o ano de 2014 foram registrados no município nove casos de afogamentos. Três foram a óbito e três resgatados com vida. Dois foram da Represa do Passaúna, um na Lagoa dos Patos (próximo à represa) um nas cavas do Palmital, um no rio Iguaçu e um no rio Barigui. “Não podemos esquecer que somente neste começo de ano já tivemos dois casos fatais na represa do Passaúna. “São mortes que poderiam ter sido evitadas se as pessoas respeitassem as orientações dos bombeiros”, acrescentou.


Cara e coragem

Para muitos banhistas, o perigo de afogamentos não os amedronta e eles insistem em buscar diversão em represas, cavas ou outros locais. Nossa reportagem foi até a represa do Passaúna, num local conhecido como “prainha” e conversou com alguns deles.

O encarregado de setor, Colti Gomes, 32 anos, morador do bairro Estação, estava no local acompanhado por duas crianças que brincavam na água. Ele comentou que gosta muito de ir até lá para pescar e aproveitar os momentos de folga. “Sempre venho aqui com minha família e tomamos cuidados, as crianças não saem do meu lado. Nos finais de semana evitamos vir, pois as pessoas bebem e ainda se arriscam na água”, disse.

O jovem Willian, 23 anos, morador da Cidade Industrial de Curitiba, confessou que frequenta a prainha desde os 14 anos. “Tem diversos lugares que são perigosos, mas como venho aqui desde pequeno já conheço os pontos que dá pra tomar banho. Jamais me arrisquei e não entro em lugares que nunca entrei”, esclareceu.

A vendedora Franciele, 23 anos, mora no Portão (bairro de Curitiba) e estava acompanhada pelo professor de educação física Alcir, 34 anos. Os dois estavam com os filhos, e as crianças estavam equipadas com pranchas e outros acessórios para brincar na água com segurança. “Nós sempre frequentamos aqui, é muito bom pra se refrescar neste calor. Mas só ficamos no rasinho, e sempre de olho nas crianças. Não deixamos elas saírem daqui, pois sabemos que alguns pontos são bem perigosos”.

Como proceder em caso de afogamento

• Mantenha a calma.
• Não tenha vergonha: levante a mão e peça ajuda.
• Tente flutuar. No mar é inclusive mais fácil boiar do que no rio e em piscinas. Respirar fundo e encher o pulmão fica mais fácil para flutuar.
• Não se canse tentando vencer a corrente.
• Se souber nadar bem, fuja da corrente de retorno nadando em diagonal rumo à areia.
• Se souber um pouco, nade de lado, só para sair do local da corrente.
• Se não souber nadar, use as forças que restam para pedir ajuda. Mesmo após uma hora de imersão ainda é possível, em alguns casos, realizar o salvamento. Os bombeiros do Paraná já salvaram vítimas que estavam 10 minutos submersas e não tiveram sequelas.

Texto: Maurenn Bernardo / Foto: Marco Charneski

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