Pais não concordam com mudanças nos Cmeis

Foto: Everson Santos
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Proposta de reduzir atendimento nos Cmeis deixou os pais revoltados
Proposta de reduzir atendimento nos Cmeis deixou os pais revoltados

O anúncio feito pela Secretaria Municipal de Educação (SMED) de que a partir de 2017 as séries do Pré II não atenderão mais crianças em período integral, deixou alguns pais em polvorosa. Segundo eles, a mudança foi avisada através de um simples bilhete colado na agenda do filho, que também os convocava para uma audiência pública que acontecerá nesta sexta-feira, 4 de novembro, no Anfiteatro da Prefeitura, a partir das 18 horas.

Gislaine Joslin, mãe de um menino de 4 anos que frequenta o Cmei Maria Ferreira de Lima, no bairro Thomaz Coelho, disse que ficou apavorada com a notícia, pois não tem com quem deixar o filho meio período. “Essa medida vai prejudicar bastante as mães que trabalham fora e precisam dei­xar o filho na escola no período integral. Pagar uma escolinha ou contratar alguém para cuidar deles são opções inviáveis. Nessa crise que as empresas enfrentam, faltar serviço ou pedir mudança de horário, é como pedir demissão. Ninguém quer saber dos pro­blemas da gente”, comentou.

Para ela, existem outras maneiras que a Prefeitura poderia adotar para suprir a fila de espera por vagas nas creches. “De que adianta ajudar alguns e prejudicar outros?”, questionou.

A mãe Patrícia Lima Covaleski de Carvalho também não recebeu bem a notícia. De acordo com ela, os pais que precisam sair cedo para trabalhar e deixam seus filhos nos Cmeis, terão que enfrentar uma triste realidade a partir do ano que vem, a mudança no sistema de atendimento das séries da educação infantil. “Nosso querido Município está deixando nossos filhos sem o direito de frequentar a creche em tempo integral. No ano que vem minha filha vai para o Pré II, e agora terei que optar entre o período da manhã (das 7 às 11h30) ou da tarde (13 às 17h30). E o restante do dia, com que vou deixá-la? Com o país em crise precisamos trabalhar, mas não temos dinheiro pra pagar uma pessoa que possa cuidar de nossos pequenos. E se teremos que passar o dia andando de um lado para o outro para levar e buscar nossos filhos, certamente perderemos nossos empregos”, criticou.

Na sexta-feira, durante a audiência na Prefeitura, Patrícia e um grupo de mães contrárias a esta mudança, pretendem organizar um protesto, na tentativa de fazer com que a SMED reverta esta decisão. “Esta não é a solução para as superlotações de nossas creches, a solução é a construção de mais creches. Por que esta discriminação com as nossas crianças? Elas têm direito à educação em período integral”, reclamou.

Reduzindo a fila de espera

A secretária municipal de Educação, Ângela Menegusso, acredita que as mães não tenham entendido bem a proposta da SMED. Ela garantiu que apenas o Pré II terá o atendimento reduzido para meio período, com exceção nas unidades que atendem crianças em situação de vulnerabilidade social. “A redução no período de atendimento para o Pré II foi uma medida emergencial que encontramos de abrir mais vagas no ano que vem, considerando que a série já faz parte do ensino fundamental, e a carga horária é de 4 horas diárias”, elucidou.

Na audiência desta sexta, Ângela comentou que a SMED vai apresentar aos pais tudo que tem sido feito em cumprimento aos mandados de segurança impetrados pelo Ministério Público, cobrando do Município o aumento na oferta de vagas nas creches e a redução da fila de espera. “Mostraremos aos pais o andamento das obras das 11 unidades novas que estão sendo construídas, além das 8 unidades que estão recebendo reformas, tudo isso já com recursos previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017, o que quer dizer que não existe perigo de os serviços serem interrompidos por falta de dinheiro”, explicou.

Com tudo isso, a secretária afirma que até o final de 2017, a Prefeitura pretende reduzir a fila de espera, que hoje é de 2.400 crianças, para cerca de 400.

Texto: Maurenn Bernardo / Foto: Everson Santos

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