Pichação racista em escola motivou ato de protesto

Ato pretende conscientizar sobre a importância da promoção de políticas de igualdade racial
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Pichação racista em escola motivou ato de protesto
Ato pretende conscientizar sobre a importância da promoção de políticas de igualdade racial

 

A pichação racista no muro da Escola Municipal Archelau de Almeida Torres, além de desencadear uma série de discussões, inspirou a realização do ato público OcupAção Afro-Cultural, que está sendo organizado pelo Fórum de Combate ao Racismo de Araucária. A manifestação acontecerá neste domingo, 4 de fevereiro, a partir das 14 horas, no mesmo local onde ocorreu a pichação, na rua Ceará, na quadra entre as ruas São Paulo e Guanabara. Toda a comunidade araucariense está convidada a participar.

De acordo com o Fórum, é preciso demonstrar para a população que práticas criminosas serão combatidas também via ações educativas. Estão previstas algumas atividades dentro da temática negra e antirracista, além de uma grafitagem que será executada por artistas locais, apresentações musicais e falas, com a presença de integrantes do movimento negro e do hip hop, além de outras organizações que acreditam na importância do respeito, da educação e de ações afirmativas como esta.

“A presença negra no Brasil, como é sabido por muitos, é fruto de séculos de escravização de diferentes povos africanos que, quando aqui aportaram foram forçados a deixar suas terras, culturas e religiões. Na formação histórica brasileira, foram mãos e mentes negras que construíram boa parte do que hoje constitui seu patrimônio. Nas ciências ou nas artes e tradições populares, na corporalidade e falares, as diferentes culturas africanas deixaram suas marcas”, lembrou Jester Furtado, integrante do Fórum.

De acordo com ele, o município de Araucária, apesar de alardear uma formação e identidade sócio histórica polonesa/ucraniana, tem em seus sítios arqueológicos os vestígios de populações indígenas, seus primeiros habitantes. “Araucária desde a década de 1970, com a implantação da Refinaria Getúlio Vargas, viu sua população crescer e ela nunca foi essencialmente branca, exclusivamente de ascendência europeia. As dinâmicas de urbanização da capital e região metropolitana produziram um grande crescimento demográfico, trabalhadores vindos de diferentes estados hoje compõem os quase 140 mil habitantes do município”, citou.

No entanto, pelos efeitos do racismo ainda presente no Brasil, agravado por esse discurso de ascendência europeia, Araucária ainda tem muito a falar e combater em relação a práticas racistas. Tanto que, no último dia 19 de janeiro, uma mensagem racista e com apologia ao nazismo foi pichada no muro da Escola Municipal Archelau de Almeida Torres. Alertas e organizados há cerca de um ano e meio, integrantes do Fórum de Combate ao Racismo, tomaram as providências legais possíveis para que o crime seja investigado e punido, registrando o Boletim de Ocorrência e encaminhando a denúncia ao Ministério Público Estadual.

Serviço

Ocupação Afro Cultural no domingo, 4 de fevereiro, das 14h às 17h, em frente ao muro da Escola Municipal Archelau de Almeida Torres, na rua Ceará, na quadra entre as ruas São Paulo e Guanabara, contatos com Jester Furtado (99978-8561) ou Janaína Moscal (99536-4872)

Foto: divulgação

 

Publicado na edição 1098 – 01/02/2018

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