A notícia de que um terreno que seria da Prefeitura, localizado na Rua Paulo Lucio Zimermann, no Jardim Panamericano II, está prestes a ser ocupado por ciganos, está deixando a vizinhança do local apreensiva. A associação que representa os moradores alega que há mais de 10 anos briga para que a Prefeitura construa no local uma área de lazer para a comunidade. “O terreno sempre esteve abandonado. A gente pedia a construção de um campo de futebol, mas a Prefeitura sempre alegava que não tinha recursos, nem máquinas e nem equipamentos para a obra, nem sequer fazia a limpeza da área, que estava sempre tomada pelo mato e pelo lixo. Agora, de repente, as máquinas vieram e limparam tudo. Quando questionamos se o campinho finalmente iria sair, eles disseram que estavam cedendo aquele espaço para um acampamento de ciganos. Isso é um absurdo!”, reclamou o presidente da associação Natalino Lemes da Costa.
A moradora Jaqueline de Souza também afirmou que está indignada com a possibilidade de o terreno, que eles acreditavam que um dia iria ser uma área de lazer, agora seja ocupado por ciganos. “Na verdade eles querem resolver um problema, criando outro. Vão tirar os ciganos do terreno perto da Câmara e trazê-los para cá. Pra piorar ainda instalaram água e luz para receber os ciganos. Quer dizer que nós moradores temos que batalhar pra pagar nossos terrenos e eles vem aqui morar de graça, e ainda com aval da Prefeitura?”, questionou Jaqueline. Os moradores também afirmaram que teriam ouvido boatos de que a proposta da Prefeitura seria a de ceder o terreno para os ciganos permanecessem lá por três anos ou mais. “Será mais um problema para o bairro, além de todos os que já temos”, ponderou.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) confirmou que o terreno receberá os ciganos que sairão do terreno da Praça da Bíblia (próximo ao CSU) onde a Prefeitura realizará obras em breve. A SMMA disse que está à disposição dos moradores para esclarecer dúvidas (3614-7480).
Lembrou ainda que os ciganos nascidos no Brasil têm os direitos garantidos (conforme a Constituição Federal) como qualquer outro cidadão, incluindo a educação, saúde e ao respeito às suas tradições e crenças. Os primeiros registros de chegada de ciganos ao Brasil datam de 1574. Estima-se que hoje há mais de 500 mil ciganos no país, divididos em centenas de cidades.
Texto: Maurenn Bernardo / Foto: Everson Santos
