Projeto Parlamento Jovem estimula a cidadania

Juiz eleitoral Carlos Alberto foi pessoalmente nas escolas explicar o projeto
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Projeto Parlamento Jovem estimula a cidadania
Juiz eleitoral Carlos Alberto foi pessoalmente nas escolas explicar o projeto

 

A maioria das crianças e jovens não faz ideia de como funciona a Câmara de Vereadores e qual o papel dos vereadores. Porém, para os alunos dos colégios estaduais Marilze da Luz Brand, Professor Julio Szymanski e Fazenda Velha, a oportunidade de aprender mais sobre o assunto veio por meio do projeto Parlamento Jovem, instituído pela Escola Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral – TRE.

Segundo explica o juiz eleitoral de Araucária, Carlos Alberto Ritzmann, o projeto foi sugerido para as comarcas do Estado e Araucária optou em implantá-lo em escolas da cidade neste segundo semestre do ano. O projeto é uma espécie de convênio firmado entre o TRE e a Secretaria de Estado da Educação – SEED, e envolve crianças e jovens de 10 a 18 anos. “A proposta é despertar entre as crianças e jovens o interesse pela política para que eles conheçam o processo e possam se tornar formadoras de opinião. É um projeto bem oportuno na atual situação que vive o país e será desenvolvido em conjunto entre a Justiça Eleitoral, escolas e Câmara de Vereadores”, pontuou o juiz.

Apresentação

A apresentação nas escolas aconteceu no decorrer das duas últimas semanas. Na quinta-feira, 21 de setembro, foi a vez de o Colégio Marilze receber a visita do juiz eleitoral e da chefe do Cartório local, Yna Honda, que foram pessoalmente esclarecer como vai funcionar o projeto. Na sexta-feira, dia 22, a visita foi no Colégio Fazenda Velha, e na quarta-feira, dia 27, foi a vez do Colégio Szymanski.

“Mais de dois mil alunos estarão envolvidos nesse processo, que basisamente segue as regras de uma eleição normal, porém, impõe algumas exigências, como o fato de o candidato ter entre 16 e 17 anos e no ano de 2018, obrigatoriamente, continuar na mesma escola. Também foram delineados cinco partidos fictícios, com nomenclaturas que refletem os problemas atuais, vinculados com as propostas da ONU, como erradicação da pobreza, combate à violência, entre outros”, esclareceu o magistrado.

Os partidos que foram criados especialmente para o projeto são os seguintes: Partido Vida e Saúde (PVS – legenda 50), Partido Liberdade, Respeito e Dignidade (PLRD – legenda 51), Partido Esporte, Lazer e Integração da Comunidade Escolar (PELICE – legenda 52), Partido Segurança Pública e Combate à Violência (PSPCV – legenda 53) e Partido Educação, Profissionalização e Cultura – (PEPC – legenda 54).

Etapas

Após a apresentação nas escolas, os estudantes vão se filiar aos partidos. A filiação partidária deverá respeitar o limite de 10 alunos por legenda. O próximo passo será a realização das convenções partidárias, que vão escolher dois candidatos (um menino e uma menina) entre os 10 filiados de cada partido, além da escolha de mesários e fiscais.

Na sequência, o TRE vai preparar as urnas eletrônicas com os nomes e partidos dos candidatos, como se fossem utilizadas em um processo eleitoral normal. Também serão confeccionados títulos de eleitores fictícios para todos os alunos. Os mesários que vão trabalhar na eleição serão treinados anteriormente ao processo, como é feito em uma eleição normal. “A ideia com este projeto é também estimular que futuramente os jovens se candidatem como mesários voluntários em uma eleição de verdade”, ponderou o juiz Carlos Alberto.

Na segunda-feira, 2 de outubro, os candidatos poderão iniciar suas campanhas. Eles deverão seguir todas as regras de uma eleição normal, com as adaptações pertinentes. “Não serão permitidos ataques, ofensas e uso de linguagem inadequada. Os candidatos vão precisar usar a criatividade para convencer os eleitores”, orientou o juiz.

O tipo de propaganda que o candidato vai utilizar ficará a cargo de cada colégio. Alguns vão criar grupos de WhatsApp, outros vão promover debates, utilizar cartazes e outros meios. Serão 11 cadeiras disponíveis para compor a Câmara de Vereadores do Projeto Parlamento Jovem, sendo sete vagas para alunos do Szymanski, duas para o Fazenda Velha e duas para o Marilze. A eleição provavelmente acontecerá em novembro, nas próprias escolas.

“Ainda durante o projeto os alunos farão visitas ao Cartório Eleitoral e na Câmara de Vereadores. Para finalizar o projeto, em 2018 os eleitos vão participar de sessões da Câmara, farão um cursinho on line sobre processo legislativo, e na última sessão que vão acompanhar, apresentarão, em conjunto, um projeto de lei que poderá ou não ser acatado pela Câmara para possível implantação”, disse o juiz.

Diretores e alunos estão empolgados

O diretor do Colégio Szymanski, André Gotfrid, disse que os alunos ficaram super empolgados com o projeto, gostaram da proposta e muitos, inclusive, já demonstraram interesse em se candidatar. “O mais curioso é que um número expressivo manifestou interesse em trabalhar como mesário, participar do processo. Estamos com o cronograma bem apertado, mas faremos o possível para cumprir todas as etapas desse projeto, que é de extrema importância para o desenvolvimento dos alunos. É um trabalho pedagógico, que poderá ser bastante utilizado pelos professores em sala de aula”, comentou o diretor.

Com muita empolgação a aluna do Szymanski, Geane Islena Vasilewski, 17 anos, deu sua opinião sobre o projeto. “Achei incrível, principalmente porque no futuro pretendo entrar para a vida pública. É lógico que vou me inscrever para a vaga de vereadora”. Segundo ela, esta será uma excelente oportunidade para aprender mais sobre política, processo eleitoral e demais assuntos sobre o tema. “Pode parecer pretensão minha, mas um dia quero ser Presidenta da República. É claro que tenho que começar de baixo, por isso antes pretendo ser prefeita de Araucária. Anotem aí, vocês ainda vão ouvir falar muito de mim!”, avisou a jovem.

Da mesma opinião compartilha Lucas Elismar do Nascimento, 17 anos, também aluno do Szymanski. Ele conta que achou a ideia muito legal porque até então não se interessava por política devido a tudo que está acontecendo no país, mas depois de conhecer o projeto, descobriu que é justamente por esta falta de interesse das pessoas por política que as coisas chegaram onde estão. “É uma oportunidade que teremos de enxergar a política com outros olhos. Pretendo participar ativamente do projeto, inclusive vou me inscrever para uma das vagas de vereador”, comentou.

O diretor do Colégio Marilze, Ricardo Teixeira, também recebeu o projeto com entusiasmo. Ele diz que a proposta é muito importante porque hoje os jovens estão descrentes com a política. “Podemos sentir isso no próprio Grêmio Estudantil, que é um órgão que os representa, mas nem todos querem participar, por acreditarem que não vai mudar nada”, comentou o diretor.

Segundo ele, através do projeto Parlamento Jovem os alunos terão a oportunidade de conhecer o processo eleitoral, ter um olhar mais critico, saber a composição dos partidos, a fiscalização da Justiça Eleitoral, o respeito entre os candidatos. Eles terão ainda a possibilidade de participar das sessões da Câmara e de levar um projeto para ser votado. Diante de tudo isso, eles sentirão que possuem representatividade”, pontuou Ricardo.

Texto: Maurenn Bernardo / Foto: Marco Charneski

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