O ex-morador, mas proprietário de uma casa na invasão conhecida como jardim Israelense, localizada ao lado do jardim Arvoredo, no bairro Capela Velha, fez uma denúncia à polícia sobre taxas mensais cobradas irregularmente por Paulo Rogério Moraes, conhecido na região como “Carlinhos”, que atua na área como uma espécie de “chefe”.
Há informações de que Carlinhos, que já foi preso anteriormente, juntamente com um grupo de comparsas, realizam mensalmente a cobrança de valores dos moradores da invasão. Isto seria referente a taxas de gás, luz, água e internet. Ainda, segundo informações, aqueles que se recusam a fazer o pagamento, são ameaçados de morte pela gangue de Carlinhos.
Recentemente, um vídeo circulou nas redes sociais, em que supostamente o tal Carlinhos e um grupo de homens caminham armados pela região. As imagens são de câmeras de segurança da casa do homem que decidiu não pagar mais as taxas e fazer a denúncia.
“Desde 2016 eu era cobrado todo mês. Até que em determinado momento falei que não iria mais pagar os R$ 500,00 que me eram cobrados a cada 30 dias. Foi quando fui ameaçado de morte, bem como minha esposa e meus filhos pequenos”, contou o ex-morador. Ele disse que, quando se mudou para a área de invasão, tinha uma casa bastante humilde e simples de madeira, mas com o tempo, através de muito trabalho, conseguiu desmontá-la e fazer outra bem mais estruturada no mesmo endereço. “Com isso, o Carlinhos notou que tínhamos condições, pois sempre trabalhamos duro. Foi então que ele passou a nos cobrar. Tenho, inclusive, gravações e comprovantes bancários dos depósitos que eu fazia na conta da esposa dele”, afirmou.
Em fevereiro deste ano, imagens das câmeras de segurança mostram um homem armado com uma bandana cobrindo o rosto em frente a referida casa. O proprietário da residência afirma que o homem em questão era Carlinhos, que invadiu o local e ameaçou a família caso a taxa não fosse paga. Depois disso, o proprietário procurou a polícia para registrar boletim de ocorrência.
No começo do mês de maio, quando outro vídeo foi divulgado nas redes sociais, o dono da casa se viu obrigado a deixar a região, porque, segundo ele, seria morto. No dia seguinte a gravação, forças policiais reuniram-se no jardim Israelense à procura de Carlinhos. De acordo com a Guarda Municipal, foram feitas abordagens e bloqueios na região.
A tal casa foi colocada à venda e, surgiu a denúncia, de que o telefone para contato que estaria na placa era de um guarda municipal. No entanto, o proprietário da residência negou veementemente esta informação, alegando que quem estaria vendendo a casa, de forma ilegal, era, na verdade, Carlinhos.
“Tenho que agradecer muito à GM, à Polícia Civil e Militar pelo apoio que me foi dado, bem como a minha família. Hoje eles seguem monitorando a residência e quando preciso retirar meus pertences vou até lá escoltado, com a segurança oferecida pelas forças policiais do município”, contou o proprietário, que diz estar morando em outra cidade, onde quer retomar a vida.
Ele ressaltou que na próxima semana deve procurar um advogado para abrir um processo judicial contra Carlinhos e ter seus bens ressarcidos, visto que o “chefão” teria quebrado também seu carro. “Não é justo o que ele fez comigo e o que continua fazendo com os outros moradores, que infelizmente não tem coragem de denunciar e depois sofrerem represálias”, comentou.
Foto: Marco Charneski
Publicado na edição 1117 – 14/06/2018
