Acordo de Caetano com o MP prevê que ele não vá pra cadeia

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Acordo de Caetano com o MP prevê que ele não vá pra cadeia
Caetano, de braço direito a X9 de Olizandro

 

Desde que veio à tona a informação de que o ex-secretário de Governo, João Caetano Saliba de Oliveira, firmou termo de colaboração com o Ministério Público local a pergunta que não quer calar é: “tá, mas ele vai sair de boa dessa só por ter caguetado os outros?”.

A resposta para o questionamento é, não! Ele também deve constar da lista do MP quando as denúncias finais forem apresentadas ao juiz Sérgio Bernardinetti, da Vara Criminal de Araucária. No entanto, como se tornou delator premiado terá algumas vantagens. A principal delas é não ter pena superior a oito anos de prisão, o que o obrigaria a iniciar o cumprimento em regime fechado.

Pelo acordo, segundo apurou nossa reportagem, sua pena será inferior a oito anos, o que lhe garante o regime semiaberto, sendo que o cumprimento se dará com a utilização inicial de tornozeleira eletrônica. Além disso, Caetano terá que devolver aos cofres municipais cerca de R$ 1,2 milhão, que seria a grana que ele embolsou por ter sido o operador do ex-prefeito Olizandro José Ferreira (MDB). A grana, pelo que se sabe, já teria sido até depositada numa conta judicial vinculada ao processo de delação premiada. Os autos, no entanto, ainda permanecem em segredo de justiça, já que nem tudo o que Saliba contou aos promotores foi objeto das três fases já deflagradas na semana passada.

O que Caetano levou?

Ao que se sabe, no acordo firmado com o Ministério Público local, Caetano teria dito que sua parte no esquema criminoso teria se resumido ao direito de captar para ele R$ 10 mil por mês junto aos empresários que mantinham contrato com a Prefeitura. Além disso, ele disse que, no esquema das permutas entre os terrenos da Cohab e da D. Borcath Incorporadora, ele ganhou um apartamento cobertura localizado na rua João Nicco, 158, no Edifício Residencial Hera Garden, no bairro Ecoville, em Curitiba. O imóvel estaria avaliado em mais de R$ 1 milhão. Este imóvel foi colocado em nome de sua esposa, Fernanda Vieira Saliba. Além disso, também ficaria com 25 (isto mesmo, vinte e cinco) apartamentos que seriam construídos na área que era objeto da permuta, que fica no jardim Gralha Azul, em Araucária. Em sua fala ao MP, Caetano ainda admite que, às vezes, passava a perna em Olizandro, pegando certa quantia de grana de propina, mas entregando ao ex-chefe só parte dela.

 

Texto: Waldiclei Barboza /Foto: Marco Charneski

Publicado na edição 1108 – 12/04/2018

Compartilhar
PUBLICIDADE