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Ao longo dos últimos dias, os moradores de Araucária foram alvejados com uma saraivada de informações acerca de um mega esquema de corrupção que havia na Prefeitura de Araucária durante a gestão do ex-prefeito Olizandro José Ferreira (MDB).

Tal esquema está vindo à tona, com os acusados sendo investigados, alguns com prisão sendo decretadas, por meio da operação Sinecuras, um termo cuja origem está no latim que significa em linhas gerais “empregos ou cargos rendosos que exigem pouco trabalho”. Na semana passada foram deflagradas três fases desta operação Sinecuras: Mensalinho, Alqueire de Ouro e Vida Fácil.

A Mensalinho investiga suposta propina paga por Olizandro a dez dos onze vereadores da legislatura passada em troca da subserviência do Poder Legislativos aos seus interesses. Pelo acordo, cada um dos edis recebia R$ 10 mil por mês e mais o direito de indicar cinco cargos em comissão na Prefeitura: dois CCs1, dois CCs3 e um CC6. Ainda de acordo com a denúncia, dois destes dez vereadores exerciam o papel de apaziguadores de eventuais crises na Câmara. São eles: Josué de Oliveira Kersten (PDT) e Wilson Roberto David Mota (PSD). Pelo “trabalho extra”, eles recebiam outros R$ 10 mil por mês.

Já a operação Alqueire de Ouro diz respeito a suposta compra pela Companhia de Desenvolvimento de Araucária (Codar) de um terreno na região de Taquarova, às margens da PR-423, por um valor muito superior ao que de fato ele valia. De acordo com as investigações, no esquema o imóvel foi adquirido pela Codar por R$ 1,8 milhão quando seu valor real não passaria de R$ 1 milhão. Ainda de acordo com o MP, a engenharia para adquirir esta propriedade teria começado muito antes, quando a direção da Codar arquitetou a venda de alguns lotes que pertenciam a companhia para colocar dinheiro na empresa e, posteriormente, ter caixa para comprar essa área em Taquarova por um valor superfaturado.

Para legitimar essa compra, teriam sido cooptados corretores da cidade, que fizeram as avaliações superfaturadas. Em troca, dois deles receberam R$ 41 mil pagos pelo então proprietário do imóvel que vendeu a área para Codar. A propina teria sido localizada pelo MP na conta dos corretores, sendo que o autor da transferência foi mesmo o antigo dono do alqueire. Ainda segundo o depoimento do colaborador João Caetano Saliba de Oliveira, a venda superfaturada renderia uma propina de R$ 200 mil.

Por fim, a fase mais, digamos assim, complexa da operação deflagrada na semana passada é a Vida Fácil. Ela envolve a permuta fraudulenta feita entre a Companhia de Habitação de Araucária (Cohab) e a D. Borcath Incorporadora Ltda. Pelo acordo a primeira daria um terreno que possui no Gralha Azul e receberia sete áreas na região do Capela Velha. Acontece que as áreas da D. Borcath estariam ocupadas e/ou não seriam indicadas para a construção de moradias.

De acordo com Caetano, de fato a permuta foi fraudulenta e gerou dividendos ilícitos para ele, Olizandro e uma ex-diretora da Cohab, Cassimar Collodel. O primeiro recebeu de propina um apartamento de R$ 1 milhão e mais a promessa de que ficaria com 25 dos mais de 500 apartamentos que seriam construídos pela D. Borcath no terreno do Gralha Azul. Já Olizandro recebeu R$ 600 mil, parte em dólares e outra parte por meio de um apartamento no condomínio Easy Life, na Silva Jardim, em Curitiba. Já Cassimar levou R$ 90 mil.

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Texto: Waldiclei Barboza

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