Terminou nesta terça-feira, 1º de novembro, o prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para que os candidatos a prefeito a vereador entregassem sua prestação de contas relativas ao primeiro turno das eleições municipais deste ano.
Os dados podem ser consultados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e qualquer pessoa pode impugnar os números apresentados até esta sexta-feira, 4 de novembro.
Uma rápida olhada nos números mostra que as campanhas em Araucária foram, digamos assim, franciscanas, pelo menos oficialmente. Isso porque, somados, os candidatos a prefeito arrecadaram míseros R$ 1 milhão e gastaram pouco mais de R$ 950 mil nos quase cinquenta dias de caça aos votos dos eleitores araucarienses.
Parte da razão dessas campanhas paupérrimas é, sem dúvida, das mudanças na legislação eleitoral, que proibiu que empresas financiassem candidatos. Além disso, também contribuiu para essa economia nas despesas a redução do tempo período eleitoral, principalmente dos dias de propaganda no rádio e na televisão.
Para se ter uma ideia da diferença entre o custo desta campanha e a de 2012, naquela havia cinco candidatos na disputa e, juntos, eles declararam receitas de R$ 2.524.316,03 milhões contra despesas de R$ 2.519.457,60. Veja no quadro abaixo os números da prestação de contas na última eleição.
Prefeito
Dos sete candidatos a prefeito, por exemplo, o que mais arrecadou e gastou foi o prefeito eleito, Hissam Hussein Dehaini (PPS). Oficialmente, ele declarou receitas da ordem de R$ 311.102,00 e despesas de R$ 289.101,43. Já a candidatura de Rivadal Padilha (PT) informou arrecadação de R$ 1.018,37 contra gastos de míseros mil reais. No quadro abaixo você confere quanto arrecadou e quanto gastou cada candidato.
Origem e destino
Eleito com mais de 37 mil votos, Hissam foi o principal financiador de sua campanha. Segundo os dados informados ao TSE, ele tirou do bolso R$ 293.402,00, o que corresponde a 94% de tudo o que ele arrecadou. As outras doações foram todas inferiores a R$ 2.000,00.
Ainda conforme dados do TSE, as principais despesas de Hissam foram com atividades de militância e mobilização de rua, que lhe custaram R$ 109 mil. Em segundo lugar esteve a produção de programas de rádio, televisão e vídeo (R$ 71 mil), seguido dos custos com publicidade de materiais impressos (R$ 41 mil).
Segunda colocada nas eleições, Rosane Ferreira (PV) também foi a principal financiadora de sua campanha, com R$ 75.850,00, seguida do marido, Cid Ferreira, que doou R$ 36.200,00. Já sua principal despesa foi com produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, que lhe levaram R$ 85 mil. Com materiais impressos, a candidata gastou R$ 58 mil.
O atual prefeito, Rui Sérgio Alves de Souza (PTC), que saiu da campanha com a terceira maior quantidade de votos, também foi quem mais financiou sua empreitada, mas com um valor bem inferior ao de seus adversários. Ele doou apenas R$ 28 mil, seguido de José Corsino, que contribuiu com R$ 20 mil e Dílson Carlos Pariz, que injetou R$ 19.999,93. Ainda de acordo com os números disponibilizados pelo TSE, a maior fatia das despesas do candidato do PTC foi com serviços prestados por terceiros, que lhe consumiram R$ 75 mil, seguidos de publicidade por materiais impressos, com R$ 69 mil.
Vereadores
Embora o prazo para prestação de contas dos candidatos a vereador também tenha sido encerrado na terça-feira, o site do TSE ainda não disponibilizou os números finais de receita e despesa dos que disputaram uma vaga no Poder Legislativo.
Texto: Waldiclei Barboza / Foto: MARCO CHARNESKI