Cerca de duzentos trabalhadores do setor de montagem e manutenção industrial de Araucária se reuniram na noite de sábado, dia 29 de março, no salão paroquial da capela do São Sebastião, para reclamar da atuação da diretoria do sindicato que representa a categoria, o Sindimont (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem, Manutenção e Prestação de Serviços nas Áreas Industriais do Estado do Paraná).
Segundo as informações levantadas no local, a grita está tão grande que já se fala em pedir a destituição da atual diretoria. “Eles já estão há 16 anos no comando do Sindimont e eu, que sou soldador qualificado, ganho menos que uma pessoa que trabalha na coleta do lixo em Curitiba”, reclamou um dos presentes ao encontro, que pediu para não ter seu nome publicado, temendo ser demitido da empresa onde trabalha.
Repar
Ainda segundo um dos organizadores da reunião do último sábado, a insatisfação com a diretoria do Sindimont já vem de algum tempo, porém, a situação se agravou com as recentes contratações das empresas que estão trabalhando nas obras de modernização da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), o que aumentou o número de trabalhadores presentes ao movimento insurgente. “Lembro-me das primeiras reuniões que fizemos, onde havia pouco mais de dez pessoas. Depois mais companheiros participaram dos outros encontros e hoje estamos aqui com quase duzentas pessoas”, reforçou.
Dinheiro
Outra reclamação feita pelos presentes à reunião é quanto ao destino do dinheiro arrecadado com os descontos da contribuição sindical. “O valor já vem descontado no meu recibo de pagamento e eu nem concordei e nem me filiei a nenhum sindicato”, falou um encanador, sob a condição de ter seu nome mantido em sigilo.
Questionado sobre as reclamações feitas na reunião de sábado, o presidente do Sindimont, Antônio Lemos do Prado, disse que o motivo de tanta reclamação é por conta do índice de reajuste salarial conseguido pelo Sindimont no ano passado.
“Conseguimos um reajuste de pouco mais de 6% e o pessoal queria mais” comentou. Ainda segundo ele, os salários das categorias representadas pelo Sindimont são um dos melhores do país. “Só perdemos para o Rio de Janeiro e São Paulo”, garantiu. A respeito da contribuição sindical, Antônio explicou que para se desfiliar do sindicato basta que o filiado encaminhe uma carta à diretoria da entidade manifestando esta intenção.
No entanto, reforçou que são vários os benefícios oferecidos aos sindicalizados. O presidente também se colocou à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento aos filiados sobre o destino do dinheiro arrecadado. “Temos nossa sede aqui no jardim Industrial e estamos à disposição, seja pessoalmente ou através do telefone”, afirmou.
Antônio disse ainda que nos próximos dias devem começar as assembléias para se discutir o percentual de reajuste que será pleiteado pelo Sindimont este ano. “Nossa convenção acontece em junho e vamos definir junto com o sindicalizado as nossas reivindicações”, finalizou.
Serviço
A sede do Sindimont fica na rua Pavão, 544, jardim Industrial. O telefone da entidade é o 3643-0611 e 3643-9433.
