Marido suspeita de erro médico

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O ajudante de pedreiro Hélio César de Oliveira perdeu a esposa Maria Adriana dos Santos de Oliveira, 28 anos na terça-feira, dia 15, após ela ter sofrido duas cirurgias e ter ficado 35 dias internada na UTI do Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Segundo Hélio, ela pode ter sido vítima de um erro médico.

Ele relata que os problemas de saúde da esposa começaram 13 dias após ela ter feito o parto normal do seu segundo filho, no dia 2 de novembro de 2007, no Hospital São Vicente de Paulo. Segundo ele, nessa data, ela começou a ter hemorragias e procurou atendimento médico no Posto de Saúde do Tupy, onde foi medicada e encaminhada de volta para casa.

“Como o sangramento não cessou, ela voltou a procurar ajuda médica, precisou fazer uma ecografia de emergência, onde foi detectado um resto de placenta no útero e ela foi submetida a uma raspagem. O problema é que o médico que fez a cirurgia acabou perfurando o útero e o intestino dela. Daí ela piorou de vez e procuramos o hospital novamente.

De lá ela foi encaminhada ao Hospital do Trabalhador, em Curitiba, onde fez outra cirurgia (uma laparotomia) e foi parar na UTI, de onde saiu morta. Não entendo porque o médico que fez a cure-tagem na sexta-feira, vendo que ela não estava bem, deu alta no sábado e receitou apenas Para-cetamol. Não posso deixar que isso fique impune, se alguém errou tem que pagar por este erro”, disse revoltado.

Hélio comentou que pretende reunir o máximo de documentos que puder (comprovantes de pagamentos, receitas, laudos médicos, exames e, se possível, uma cópia do prontuário médico) e dar entrada num processo judicial. “Quero provar que a Maria Adriana foi vítima de um erro médico”, comentou. Ele disse também que tentou registrar um boletim de ocorrência, mas não conseguiu porque ainda não estava de posse do laudo do Hospital do Trabalhador. “Vamos pegar o laudo na sexta-feira (hoje, dia 18) e então tomaremos as providências”, acrescentou.

Complicações
O médico obstetra Cláudio Bednarczuk, que fez a curetagem na paciente, explicou que alguns procedimentos (como as cirurgias) são naturalmente arriscados e que podem ocorrer complicações. “No caso da Maria Adriana realmente ocorreu uma perfuração do útero porque ela havia feito um parto normal há poucos dias e o órgão ainda não havia voltado ao normal, o que dificultou o procedimento”, explicou.

Mas isso não foi detectado logo após a cirurgia, por isso ele comentou que deu alta para a paciente e receitou somente analgésicos. “Eu liberei a Maria Adriana porque clinicamente ela estava bem, não podia imaginar que a situação dela fosse se agravar tanto”, reforçou.

Bednarczuk lamentou que a paciente tenha tido complicações e comentou que infelizmente nem todos os procedimentos cirúrgicos acabam dando certo. “Mas isso faz parte da profissão de um médico, ganhar e perder vidas, o que muitos acabam não entendendo. Muitas vezes, diante da perda de um ente querido, a família, desesperada e com poucos dados a respeito do ocorrido, prefere acreditar que houve imperícia”.

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