Não há previsão de acordo entre Prefeitura e professores

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Presidente do Sindicato dos Professores já dá quase como certa a greve do magistério municipal a partir do próximo dia 28

Abriga travada entre professores da rede municipal de ensino e a Prefeitura de Araucá­ria há mais de um ano por conta do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) piorou muito esta semana. Com as discussões do PCCV emperradas, os professores decidiram iniciar na quarta-feira, dia 21, uma operação tartaruga em todas as escolas municipais de Araucária. Com isto, os alunos dos períodos da manhã e da tarde só estão tendo aula até o horário do recreio.

Depois, eles são dispensados para voltar para casa. Segundo o Sindicato dos Professores (Sismmar), esta operação continuará até o próximo dia 28, quando haverá uma nova assembléia com a categoria. “Como as negociações estão emperradas é quase certeza que entraremos em greve a partir do dia 28”, prevê Wilson Ubiratan Fernandes, presidente do Sismmar.

Além da operação tartaruga, os professores também realizaram na tarde de ontem, dia 22, um passeata, que teve início na Câmara de Vereadores, passou pela sede da Secretaria Municipal de Educação (SMED) e terminou em frente ao prédio da Prefeitura de Araucária. Durante todo o percurso, os professores gritaram palavras de ordem, pedindo pela saída da atual secretária de Educação, Ivana Chemello Opis, e pela aprovação da proposta de PCCV sugerida pela categoria ao Poder Executivo. Alguns pais e alunos também acompanharam os docentes durante o protesto.

Negociações
No início da tarde de ontem, antes da passeata, o Sismmar recebeu um ofício da Prefeitura propondo que fosse montada uma comissão para discutir o assunto. Porém, os professores não aceitaram e seguiram com o protesto. Assim que chegaram na Prefeitura, foi a vez dos docentes montarem uma comissão para negociar com o prefeito e, desta vez, que não aceitou recebê-los foi Olizandro.

Aula só até o recreio
A guerra entre professores e Prefeitura já tem uma vítima: o aluno. Com os docentes trabalhando só até o recreio, a criançada é dispensada mais cedo e tem que voltar pra casa. Acontece que a legislação federal prevê que os alunos têm que ter no mínimo 200 dias letivos, ou 800 horas/aula, por ano. Logo, estas horas que estão sendo perdidas agora terão que ser repostas. Some-se a isso o fato de que em várias escolas municipais havia a falta de professores e já podemos adiantar que as férias de meio de ano e os finais de semana da criançada devem ser comprometidos quando esta briga entre Magistério e Poder Público finalmente acabar.

Folha de pagamento no limite

Segundo informou a Prefeitura, caso o PCCV proposto pelos professores fosse implantado haveria um impacto orçamentário muito grande na folha de pagamento do Município, que hoje já consome mais de 53% da receita líquida. O limite legal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é de 54%.

Nota
Como resposta aos protestos feitos pelos professores durante esta semana, na manhã de ontem, a assessoria de comunicação da Prefeitura divulgou uma nota de esclarecimento. Nela, os professores são acusados de deturpar os fatos e a verdade. “Os professores não aceitaram o plano de cargos oferecido pela prefeitura a todos os servidores, alegando merecer um plano próprio e com vantagens exclusivas”, diz a nota.

No mesmo comunicado, a Prefeitura garante que o Magistério de Araucária é o mais bem remunerado de toda a Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Para trabalhar 20 horas/aula, o salário inicial de R$ 1.298,32 para professores de 5ª a 8ª séries e de R$ 755,14 para aqueles que lecionam de 1ª a 4ª séries. Neste montante estão inclusos o salário base, o abono de R$ 150 e a gratificação por regência de classe.

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