O elefantinho cresceu!

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Não é de hoje que os custos para manter o Hospital Municipal de Araucária (HMA) funcionando geram acalorados debates em nossa cidade. Antes mesmo de sua instalação, nos idos de 2006 e 2007, já se falava que a operacionalização do elefante branco que estava por nascer seria um problema a ser enfrentado pela mantenedora da instituição para todo o sempre. Bendita profecia!

Na semana passada tive a oportunidade de acompanhar uma dessas reuniões em que o assunto era justamente este: o custo do HMA. O elefantinho que comia “apenas” R$ 1,7 milhão por mês quando nasceu lá em 2008 já está crescidinho e hoje precisaria de algo em torno de R$ 3,6 milhões por mês. Ou seja: mais que o dobro.

Parte desse incremento no custo do Hospital se deu em meados do ano passado quando a Prefeitura abriu de vez as portas do HMA para a região metropolitana de Curitiba em razão da implementação do pronto socorro do local conjuntamente com a entrada em operação do SAMU e da UPA. Desde então, ocorrências atendidas pelo Serviço não só em Araucária, mas também em Contenda, Mandirituba, Campo Largo, Fazenda Rio Grande e outras cidades passaram a despejar pacientes no nosso Hospital. O problema é que aparentemente o Município não tinha condições de custear esse serviço extra, tanto é que o contrato entre Prefeitura e a Pró-Saúde nem foi aditado da maneira como preceitua a legislação. Do mesmo modo, a adesão à rede do SAMU feita por Araucária não injetou recursos o suficiente na Secretaria Municipal de Saúde que compensassem a parceria. Resultado: a besteira feita pela SMSA em 2012 foi deixando o HMA cada vez mais na UTI. Ato contínuo, a incapacidade da Secretaria de Saúde de resolver o problema ao longo deste ano só vem piorando a situação. Ao ponto de – na semana passada – o Hospital ter começado a cancelar procedimentos eletivos por absoluta falta de capacidade financeira de suportá-los.

Ao que tudo indica, reuniões feitas na semana passada e ações que serão tomadas ao longo desta servirão para melhorar o quadro clínico do HMA, fazendo com que ele deixe a UTI e volte pra enfermaria. O que me preocupa, no entanto, é o futuro do paciente. Isto porque a Prefeitura não pode simplesmente deixar de receber os pacientes atendidos pelo SAMU. A porta aberta pelo comando da SMSA no ano passado é praticamente impossível de ser fechada.

O que precisamos – e com urgência – é definirmos o que queremos que o HMA seja. Hoje, é fato, ele é uma das melhores unidades de saúde do Paraná. Mas isto custa…e muito! E quem está custeando tudo isto é a Prefeitura de Araucária. Tanto é que – sozinho – o HMA leva anualmente um quarto de todo o orçamento da Secretaria de Saúde e anotem aí essa despesa crescerá em proporção muito maior do que os recursos da pasta ao qual está vinculado.

Logo, é necessário que Prefeitura, vereadores, conselhos e outras entidades desta cidade formem um grupo que comece a discutir desde ontem formas de angariar recursos para manter o Hospital, seja pressionando o Governo do Estado e a União, seja cobrando das indústrias instaladas em Araucária que invistam naquela Casa de Saúde, seja fazendo rifas e bingos junto à comunidade. Por outra banda, faz-se necessário estipular até onde queremos que o HMA cresça, pois como tem dito um secretário aí: saúde não tem preço, mas tem custo! E, aparentemente, o do HMA já é maior do que os cofres públicos municipais podem suportar.

Comentários são bem vindos. Até semana que vem!

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