O epílogo

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O fecho de uma narrativa serve de remate para toda argumentação exposta ao longo dela. É no resumo que podemos perceber os interesses reais dos patrocinadores e as verdadeiras razões do discurso bonito. Nas eleições municipais, o epílogo se inicia quase logo após a posse do(a) eleito(a), já na escolha da equipe de governo. Ninguém é tão capaz que possa governar um município do porte de Araucária sem uma competente e comprometida equipe, que sairá do meio a que o(a) hoje candidato(a) pertence. A mudança prometida e ansiada pela população até pode ser feita com a ajuda dos exaltados, mas governar com eles no comando certamente será a prova definitiva que o Tiririca buscava tão somente o voto quando dizia “Pior que tá, não fica”. Fica. E pode piorar muito. O desafio é identificar personagens que são lobos, mas vestem-se em pele de cordeiro para serem aceitos e depois conduzir o rebanho ao matadouro. Quem acompanha o horário político e as propostas dos(as) candidatos(as), verdadeira obrigação de quem quer exercer bem o direito/dever do voto, sabe que as propostas são muito semelhantes e todas parecem querer o bem estar da coletividade. É preciso ir além do conhecimento das propostas e ver o histórico de cada um e de cada uma, fazendo análise comparativa. Busque informações na internet, converse muito com as pessoas e analise muito bem. Só assim é possível escolher quem erre somente de forma involuntária ou por pura incapacidade de tomar a atitude correta, mas nunca movido pela intenção predatória típica dos lobos. Nossa escolha é que pode impedir que tudo piore e nos livrar do final trágico. A política é freqUentada por personagens enganosos desde o princípio dos tempos e precisamos escolher bem para não piorar as coisas. No plano nacional, agora que o pano cai para encerrar o espetáculo, tudo começa a ficar mais visível. Enquanto o afamado Eduardo Cunha ainda esperneia no processo de cassação de mandato mais longo na história de nossa República, motivações antes veladas aparecem mais claramente até para alguns ex-batedores de panela. O barulho que os panelaços faziam nas varandas da classe média apequena-se diante do silêncio que mostram nos turbulentos dias em que vivemos. As mudanças aventadas para as leis trabalhistas provocam protestos até em quem apoiou o impeachment, que por muitos é denominado de golpe. As alterações prejudiciais aos trabalhadores somam-se ao corte de verbas sociais e as propostas de privatizações e alteração nas regras de exploração das imensas reservas de petróleo do pré-sal. Certamente o leitor sabe que o pré-sal brasileiro está entre as mais importantes descobertas mundiais de petróleo leve, de melhor qualidade, na última década. Agora no epílogo é que se vê de forma claríssima que Dilma não caiu pelas chamadas “pedaladas fiscais”. Tais expedientes foram feitos por vários presidentes e governadores sem que nada lhes acontecesse. E mais, dois dias após o afastamento da petista, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM), no exercício do cargo de presidente da República sancionou lei que autoriza as ditas “pedaladas”. Buscar o conhecimento mais pleno possível é dever do cidadão, mesmo que os lobos não queiram.

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