O nome de Deus é misericórdia

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No Antigo Testamento encontramos muitas passagens que apresentam um Deus vingativo, muitas vezes impaciente e que impõe medo e culpa nos seres humanos. Claro, esta é a visão que as pessoas, de modo geral, tinham de Deus. Até porque ele nunca falou diretamente, mas, através de homens normais e pecadores. Jesus, o filho enviado pelo Pai, vai mostrar, através de palavras, de gestos, de ações, um Deus totalmente diferente. A imagem que ele nos apresenta, é de um Deus misericordioso, compassivo, amoroso e apaixonado pelos mais simples, pobres, marginalizados, doentes e excluídos da sociedade. Podemos dizer que, o Deus de Jesus, é somente amor e muito amor. No capitulo 15, do evangelista Lucas, encontramos as três parábolas da profunda misericórdia de Deus, sobretudo, com aqueles que se afastam do caminho do bem, que erram e se distanciam do seu Reino.

Deus é apresentado por Jesus, como alguém que vai ao encontro de quem se perdeu, e faz festa quando o pecador arrependido retorna ao bom caminho.

A palavra misericórdia tem origem no latim: miséria + cor (coração); o coração que acolhe a miséria do outro. Jesus, imagem viva e plena do Pai, demonstra através do seu comportamento, um profundo amor para com aqueles que se afastaram do caminho de Deus. Ele não julga, não condena, mas, pelo contrário, acolhe, vai ao encontro, e faz festa quando o pecador se arrepende e muda de vida. A parábola mais emblemática sobre a misericórdia é a do filho pródigo, que, na verdade, não está bem traduzida. O centro desta parábola não é o filho, mas a profunda compaixão e misericórdia do pai. Quando o filho volta para casa, depois de ter esbanjado tudo, este pai, diferentemente de muitos pais deste mundo, o acolhe com um grande abraço e manda fazer festa. Porque o seu filho estava perdido e foi encontrado, estava morto e voltou a viver. Este é o Deus de Jesus, que não quer a morte do pecador, mas a sua conversão e que faz festa quando este muda o rumo da sua vida.

Vivemos num mundo onde as pessoas facilmente julgam e condenam aqueles que se afastaram do caminho do bem. Aqueles que se consideram os perfeitos, moralmente corretos, tantas vezes se acham no direito de condenar os outros. Muitas igrejas, apesar de falarem tanto em Jesus, apresentam um Deus que impõe medo, culpa e falam muito mais do demônio, do inferno, do que do grande e infinito amor de Deus por cada um de seus filhos. O Deus de Jesus é amor, é bondade, é compaixão, que vai ao encontro dos pecadores e publicanos. Ele mesmo disse: ‘não são os sãos que precisam de médico, mas os doentes’. Isso escandalizava os fariseus, cumpridores perfeitos da lei, mas frios de coração, incapazes de amar. Estavam sempre prontos a condenar e se mostravam profundamente indignados com as atitudes de amor de Jesus, sobretudo, para com os mais frágeis e pecadores.

Como seguidores do evangelho de Jesus, somos chamados a repensar as nossas atitudes, tantas vezes duras e condenatórias. O Deus de Jesus nos chama a sermos como ele, profundamente amorosos e compassivos. Todos nós somos humanos e erramos, e não temos o direito de julgar e nem condenar ninguém. Um dia também seremos julgados, mas, eu tenho uma profunda convicção que Deus será muito amoroso e misericordioso com cada um de nós. Olhando para o sagrado coração de Jesus, cheio de ternura e bondade, sejamos neste mundo, por onde passarmos, sinais do seu profundo amor. Mais do que dureza, aspereza, julgamento, condenação, as pessoas estão carentes e necessitados de carinho, ternura e de amor.

Publicado na edição 1156 – 28/03/2019

O nome de Deus é misericórdia

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