Patrimônio Imaterial: identidade de um povo

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A história de uma comunidade pode ser representada através de seu conjunto arquitetônico, histórico, artístico, arqueológico, natural, e também através de seu patrimônio intangível, ou imaterial, que é composto pelos saberes, práticas e costumes que são repassados através das gerações de forma oral e espontânea.A história de uma comunidade pode ser representada através de seu conjunto arquitetônico, histórico, artístico, arqueológico, natural, e também através de seu patrimônio intangível, ou imaterial, que é composto pelos saberes, práticas e costumes que são repassados através das gerações de forma oral e espontânea.

Os bens culturais de natureza imaterial estão presentes em nossa vida cotidiana, como por exemplo, naquela receita tradicional que é passada de pai para filho, muitas vezes sem que ninguém se lembre de quando e como surgiu; ou naquele ofício, naquele saber fazer, que não se caracteriza como profissão, pois não existe um curso técnico para ensiná-lo, mas que é repassado ao longo das gerações; ou até mesmo nas lendas e causos que são contados e recontados, como os de lobisomens, panelas de ouro enterradas ou visagens.

Enquanto os bens de natureza material para serem preservados precisam ser tombados, os de natureza imaterial precisam ser registrados em livro próprio para que recebam ações de salvaguarda. Desde o ano 2000 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, através da pu­blicação do decreto 3551/2000, realiza o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, que são catalogados em quatro livros de registro: saberes, celebrações, formas de expressão e lugares.

No que se refere ao Paraná, existem até o momento três bens culturais de natureza imaterial registrados pelo IPHAN, que são à roda de capoeira, o ofício dos mestres de capoeira e o fandango caiçara. Outros se encontram em processo de registro.

Em Araucária, a Prefeitura Municipal, por meio da Se­cretaria Municipal de Cultura e Turismo, tem agido no sentido de salvaguarda dos bens de natureza imaterial por meio de pesquisas, estudos e implantação de políticas públicas. As ações já contemplaram a publicação do livro “Saberes de Araucária” em 2012; a criação da Lei 2970/2016, que dispõe sobre a política municipal do patrimônio cultural de Araucária, abrangendo o material e o imaterial; e a criação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural – COMPAC. Por se tratarem de medidas bastante recentes, as ações referentes à salvaguarda de bens de natureza imaterial ain­da se encontram em estágio inicial, com muita perspectiva de trabalho pela frente.

Em meio a tudo isto, cabe a nós enquanto comunidade, contribuirmos nessas ações, reconhecendo, valorizando e procurando preservar aquilo que nos traz identidade, que nos diferencia de outros povos e nos une enquanto grupo. Conte histórias, faça aquela receita de família, valorize o saber que é ensinado em casa, participe das manifestações culturais tradicionais. Não tenha vergonha das regionalidades, do lugar ao qual você pertence (por nascimento ou escolha). Viva a cultura intangível que faz de você único e ao mesmo tempo parte importante de um todo.

Texto: Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono

Publicado na edição 1098 – 01/02/2018

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