Criminalidade é o desafio da sociedade paranaense

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Nesta semana, foi feito o anúncio da troca de comando na Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SESP), que passa a ser ocupado pelo delegado da Polícia Civil, Júlio Reis, em substituição ao delegado da Polícia Federal, Wagner Mesquita. Ao doutor Mesquita, desejo todo o sucesso e, ao doutor Júlio Reis, torço para que tenha o brilho de unir a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Polícia Científica, as Guardas Municipais, a segurança privada e a sociedade numa caminhada só, que é a caminhada pela segurança pública.

Mesquita realizou um grande trabalho à frente da SESP, retomando investimentos e dando rumo para alguns problemas antigos na segurança pública. De todo modo, creio que esta tenha sido uma solução negociada. Júlio Reis ocupava o cargo de delegado-geral da Polícia Civil, cargo que será ocupado pelo seu ex-adjunto, Naylor de Lima. Essa “solução caseira” deve provocar poucas alterações na estrutura administrativa das forças de segurança. Dessa forma, torço para que os projetos de investimentos previstos para 2018 não saiam prejudicados.

Esta, aliás, é a minha principal preocupação. Júlio Reis assume a SESP num momento muito delicado. Embora os índices de criminalidade no Paraná tenham reduzido de acordo com os dados oficiais, tivemos um início de ano preocupante. Durante o recesso parlamentar, acompanhei diariamente os desafios da sociedade na área de segurança. Na terça-feira, primeiro dia dos trabalhos legislativos deste ano, destaquei em discurso alguns episódios de grande repercussão na mídia.

Um dos casos mais graves aconteceu naquele mesmo dia quando um grupo de marginais praticou uma violenta tentativa de assalto a cinco carros-fortes na BR-376, na altura da Colônia Witmarsun, em Ponta Grossa. Depois de uma emboscada, houve intensa troca de tiros entre os seguranças armados e os bandidos, que resultou nas mortes do vereador Elton Alexandre Aguiar Matta e do caminhoneiro Vilson Pioneiro, que passavam pelo local, e de três dos suspeitos pelo assalto.

O episódio demonstrou bem o avanço da criminalidade e da ousadia dos bandidos no Paraná. Este tem sido um dos nossos maiores desafios. Vemos rotineiramente marginais atacando bancos e caixas eletrônicos, um tema que os parlamentares devem também se envolver discutindo medidas legais para coibir esse tipo de ação. Outra grande preocupação são os casos quase diários de fugas das cadeias superlotadas das Delegacias de Polícia. E a deficiência de estrutura também tem causado transtornos à população. Foi o que aconteceu com a família do jovem assassinado em Colombo cujo corpo foi velado no meio da rua por causa da demora do atendimento pelo IML. O corpo ficou estendido no asfalto por quase 13 horas.

A situação é grave e vai tendendo a piorar se não forem tomadas providências e adotada uma firme política de segurança pública. Torço para que o delegado Júlio Reis cumpra essa missão com toda a dignidade e sucesso.

 

Publicado na edição 1099 – 09/02/2018

Criminalidade é o desafio da sociedade paranaense

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