Debate urgente sobre segurança dos motoristas de Uber

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Recebi nesta semana em meu gabinete na Assembleia Legislativa um grupo de motoristas de aplicativos – como Uber, Cabify e 99 Pop – que veio conversar sobre a grave situação de violência que enfrentam. Nos últimos meses, os casos de assaltos e, pior, assassinatos desses profissionais têm aumentado significativamente. Toda essa violência culminou no final de semana com a morte de dois motoristas de aplicativos na Região Metropolitana de Curitiba.

Ainda em clima de comoção, eles me pediram apoio para a implantação de algumas medidas de segurança e proteção, que minimamente lhes garantam condições de trabalho. Os motoristas de aplicativos passaram a ser alvo constante dos criminosos e, no que for possível, me prontifiquei a ajudar no sentido de levar esse debate às demais autoridades para tentarmos viabilizar as medidas reivindicadas.

No encontro, ficou acertado que o grupo Drivers Elite Club (DEC), que reúne cerca de 3.000 motoristas da RMC, convocará para os próximos dias uma reunião ampliada de toda a categoria para a definição de uma pauta unificada de reivindicações. O local e a data serão definidos em breve. A conversa durou cerca de 30 minutos e a minha sala ficou apertada para tanta gente. Eram cerca de 30 motoristas de aplicativos, na maioria, participantes do grupo DEC.

Depois da reunião, passei a entender melhor como funciona todo esse mercado de trabalho novo, que se abriu há poucos anos com o uso de aplicativos. Para avançarmos, é preciso sem dúvida incluir nesse debate as grandes empresas operadoras dos sistemas de transporte por aplicativos, que são estrangeiras e muitas vezes resistem a se submeter às regras nacionais. Como também não existe uma relação trabalhista com essas empresas, é preciso estudar profundamente toda a legislação para elaborarmos propostas consistentes e factíveis.

De todo modo, os próprios motoristas têm se mobilizado no sentido de adotar medidas de segurança, como o uso de aplicativos de rádio comunicação e de alertas para celular. Mas, mesmo assim, eles não têm evitado a ação dos criminosos. Na sexta-feira, 19, o motorista do aplicativo Uber, Marcos Mathozo Cordeiro, foi encontrado morto com cinco tiros em Almirante Tamandaré. Dois dias depois, no domingo, 21, foi localizado corpo de Agnaldo Felipe Milki, motorista do aplicativo 99 Pop, em um terreno em Colombo com várias facadas.

O clima é tenso e, com razão, os profissionais estão apreensivos. Desde essas duas mortes, eles se mantêm mobilizados realizando manifestações e contatando autoridades para pedir ajuda no sentido de reduzir a ação dos criminosos. De minha parte, já estou dentro dessa luta que abraço com muito empenho. Creio que, se for o caso, devemos ampliar o debate atingindo também os demais profissionais do transporte coletivo, como taxistas, motoristas e cobradores de ônibus.

 

Publicado na edição 1097 – 25/01/2018

Debate urgente sobre segurança dos motoristas de Uber

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