Acabou a farra

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Nossa, isso nunca aconteceu. Tudo sempre foi assim e ninguém nunca questionou. Essa é uma expressão que tem se repetido muito tanto entre políticos graúdos, quanto entre os bagrinhos e assessores de vereadores por conta da movimentação da comunidade em torno da conduta dos vereadores em torno da possibilidade de aumento de cadeiras na Câmara Municipal e dos gastos daquela casa.

Enquanto o foco da atenção da população estava na condução da prefeitura, que está com sua estrutura de receita e despesa arrebentada por conta do aumento progressivo e contínuo da folha de pagamento contra uma receita que não consegue crescer na mesma velocidade e tem provocado conflito entre administração e servidores, resultando em paralisações no atendimento ao público, a Câmara navegava em mares tranquilos, com dinheiro sobrando, sem ter que dar muita satisfação sobre o esbanjo que também acontecia ali.

Sempre se gastou horrores de dinheiro naquela Casa de Leis e isso, a exemplo do que sempre ocorreu na prefeitura até bem pouco tempo atrás, virou hábito. Mais que isso, se tornou uma cultura, algo tido como imexível e sagrado. Por lá é normal alguém sem a qua­lificação condizente ganhar R$ 9 mil por mês. Aqui fora, no mundo real, isso é salário de alguns executivos com uma baita carga de trabalho e metas a cumprir para não ganhar a conta. Gerações inteiras cresceram entendendo que esse era o jeito de fazer política, isso é, de fazer dinheiro para poder gastar em mais política e assim conseguir manter o feudo. Talvez seja esse o motivo de que os mesmos sempre conseguem se reeleger, à despeito do trabalho efetivo que tenham prestado na função de vereador.

Mas agora eles, os vereadores, com a atitude desesperada de se agarrar à forma antiga de agir, conseguiram irritar de verdade uma população já muito surrada pela dificuldade em sobreviver. As pessoas olham aqueles assessores ganhando mais que o vereador e quase vomitam. Os edis já não conseguem mais convencer com aquele faz-de-conta de que estão interessados em resolver os pro­blemas da população, mas que sempre agem em interesse próprio. O cidadão comum, até então gentil e educado, já não tem o menor constrangimento de dizer na cara desses vereadores um sonoro e claro “chega!!”.

E esse caminho não tem mais volta. Trabalho de ação social quem tem que fazer é a prefeitura. Ou nossos representantes eleitos tomam atitude de gente séria e começam a trabalhar de verdade, gastando só o que precisa na função de vereador, ou vão estar acabados. O político que duvidar disso, vai poder tirar a prova daqui a quatro meses quando serão totalizados os votos da próxima eleição. Pense nisso e boa leitura.

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