Independência, sempre!

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Contar uma cidade não é das tarefas mais fáceis, ainda mais quando esta cidade é desconfiada de tudo e de todos como é o caso de Araucária. Apesar das dificuldades, O Popular vem se dedicando a isso ao longo dos últimos dezoito anos. E vem fazendo isso de maneira independente. Sempre independente.
Ressaltamos o independente porque, volta e meia, ouvimos dizer que o exercício do jorna- lismo precisa ser feito essencialmente de maneira isenta. Particularmente não acreditamos muito nisso. Consideramos a isenção importante, mas damos mais valor à independência por acreditar que a principal missão de O Popular é estar a serviço de Araucária e, invariavelmente, apresentar a notícia de maneira preponderantemente isenta, meramente ouvindo os dois lados da informação e apresentá-la ao leitor não seria a forma mais justa de defesa de nosso Município. A isenção be- neficia a burocracia tão presente hoje na administração pública.

Vejamos o exemplo de uma matéria sobre um buraco numa rua qualquer. A isenção manda ouvirmos a pessoa que reclamou do buraco e o órgão res-ponsável pela manutenção das estradas, no nosso caso a Secretaria de Obras, e pronto. Com certeza, esta última, terá bons motivos para justificar o buraco aberto: ou é a chuva que acabou por causar vários problemas do tipo, ou é a licitação de massa asfáltica que atrasou, ou a receita que não se comportou conforme planejado, o que impediu que fosse comprado o material para tapar o buraco e assim por diante. O cidadão, por sua vez, só tem o buraco aberto atrapa- lhando o seu dia a dia.
Simplesmente apresentando os dois lados, o que temos é que a Prefeitura tem boas razões para não ter tapado o buraco. Essa informação, no entanto, não cumpre o papel a que se dispôs O Popular, que é servi Arau- cária, que é brigar para que todos os buracos sejam fechados. É por isso que prezamos sempre pela independência, colocando num segundo plano a isenção. A independência nos permite vasculhar o orçamento da Secretaria de Obras para ver mesmo se a receita não se comportou conforme esperado, nos permite verificar se a licitação não poderia ter sido iniciada antes e assim por diante. Enfim, nos permite mostrar que nada justifica o buraco aberto!

As pontadas cessem. Isto porque, lá na frente, quando as mudanças estiverem concluídas, as dores terão valido a pena.

Entre as dores que as mudanças necessárias causarão estarão as gritas com os cortes de linhas no transporte coletivo, principalmente na área rural, as mudanças na linha que liga o Tupy ao Pinheirinho e na revisão de rotas na área urbana. Sim, porque não há como pensarmos em avanço sem revermos os custos com o TRIAR.
Do mesmo modo, muitos sentirão como se uma faca estivesse cortando a própria pele quando se promover a necessária revisão do Plano de Cargos e Carreira do funcionalismo municipal, já que não há como falarmos em evolução com a grande parte dos recursos municipais sendo tragados para custeio da folha.
Haverá gritos com os aumentos nas taxas de cemitério, coleta de lixo, revisão da planta de IPTU, que sempre ficaram relegados a um segundo plano, pois Araucária sempre foi uma cidade rica.
Preparem-se para as pontadas no lado esquerdo do peito quando houver a conclusão dos repasses das chamadas séries finais do Ensino Fundamental ao Governo do Estado, uma vez que sem isso jamais poderemos atender a demanda por um ensino infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental com um mínimo de qualidade.
Nos cuidemos ainda para não nos assustarmos com as tossidas de fazer arder o peito quando passarmos a realmente exigir que os moradores cuidem das calçadas de frente de suas casas, pois não é possível desenvolver a cidade com o Município tendo que roçar a fre- nte de nossas residências.
Enfim, quando estivermos suportado essas e outras dores, descobriremos que tudo valeu a pena. Que Araucária é uma nova cidade, pronta para promover seus cidadãos e não simplesmente assisti-los numa coisa aqui e outra ali.
Pensemos nisso e boa leitura.

Compartilhar
PUBLICIDADE