Não é “mimimi”!

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Em nossa última edição, O Popular trouxe matéria relatando o episódio que um professor da rede municipal de ensino teria sido vítima de preconceito racional durante uma abordagem feita por guardas municipais.

Como sempre fazemos, a reportagem do impresso ga­nhou nosso site e redes sociais alguns dias depois e não demorou muito para que um debate se estabelecesse acerca do episódio. A grande maioria dos comentários, felizmente, foi favorável à queixa do professor.

Houve, porém, quem ousasse dizer que tudo não passava de “mimimi”. Obviamente, há que se respeitar a opinião dessas pessoas. No entanto, é sempre necessário convidá-las a uma reflexão. E, no presente caso, para que essa reflexão seja de fato transformadora é preciso se aprofundar, estudar a origem do racismo em nosso país. Só quando aceitamos passar por esse processo de imersão é que entendemos um pouco o tamanho da dívida que a sociedade brasileira tem com os negros.

E quando dizemos sociedade, você, querendo ou não, está automaticamente incluso nela. Nenhuma pessoa branca, mesmo as que muito refletiram sobre o caso, pode querer fazer qualquer tipo de juízo de valor acerca dos corajosos negros que estão evoluídos o suficiente para dizer que foi vítima de racismo.

Ressaltamos a questão da evolução para admitir que é vítima de racismo. Porque, nem para o próprio negro, é fácil admitir que foi vítima de preconceito por conta da cor de sua pele. Justamente porque vivemos numa sociedade que tende a julgar aqueles que denunciam tais atitudes, mesmo sem nunca ter experimentado sequer um olhar suspeito que lhe foi dirigido somente porque sua pele é mais escura.

O tema é tão sensível que, embora O Popular seja um defensor incondicional da liberdade de expressão, sugerimos a todas as pessoas que se sintam no direito de emitir uma opinião sobre o sentimento de preconceito racial sofrido pelo outro, não o faça sem refletir, mas refletir muito sobre o tema. Pensemos todos nisso e boa leitura.

Publicado na edição 1130 – 13/09/18

 

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