Nosso futuro precisa dessa virada

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Na página dez desta edi­ção você pode conferir uma reportagem sobre as obras paradas do que iria ser um shopping em Araucária. Os vizinhos se queixam de que o local está abandonado, virou lugar para bandidos e usuários de drogas e os tapumes estão caindo.

O dono não está dando aten­ção porque o imóvel virou um problema para ele. Quando o comprou, tinha intenção de abrir o tal shopping, mas quando descobriu o tanto de adequações que precisariam ser feitas e, ainda assim, haveria muitas limitações sobre o tipo de empreendimento que poderia ser aberto ali, se desacorçoou.

Neste caso temos alguns problemas. O primeiro deles já vem do início da obra. Quem a começou não respeitou as normas estabelecidas pelo setor de urbanismo e foi construindo, talvez com o pensamento de que em algum momento alguém faria vistas grossas e deixaria passar mesmo irregular. Isso até funcionaria até uma fase, mas chega uma hora em que alguém precisa assumir a responsabilidade por uma liberação indevida. Depois do ocorrido na Boate Kiss, no Rio Grande do Sul, ninguém mais quis correr esse risco. Aí quem tentou mexer depois da obra iniciada foi tentando remendar, mas o estrago já estava feito.

Mas o problema é maior que isso. Em Araucária não existe uma preocupação coletiva, tanto de empreendedores privados como do setor público, em pensar no município a longo prazo. Por aqui não existe um plano de crescimento ordenado onde a prefeitura crie formas de dar respostas rápidas a problemas. Não existe um norte claro sobre que tipo de empresas queremos em nossa cidade e muito menos uma política para atraí-las. O Plano Diretor parece uma peça decorativa. Ele existe, tem um conselho próprio, mas os prefeitos nem dão bola para ele no dia a dia.

Tem sido muito comum nos últimos anos vermos notícias de grandes e pequenas empresas que estavam pensando em se ins­talar em Araucária mas, como ninguém deu atenção, foram pousar em outros municípios da região, que não tem a arrecadação grande como a nossa e correm atrás desses faturamentos que geram receita de impostos e empregos para a população local.

Mas nunca é tarde para tentar virar o jogo. Em janeiro começa uma nova gestão, com uma pessoa reconhecida como empreendedora. Se ele souber conduzir essa transformação, conforme inclusive prometeu em campanha, atraindo e envolvendo todos os setores da comunidade, Araucária poderá retomar sua posição de cidade rica. Mas o desafio é imenso. Pense nisso e boa leitura.

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