O problema é a causa

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Na página 31 desta edição, estampamos uma reportagem sobre um estudo feito recentemente sobre o Mapa da Violência que, por sua vez, fez um levantamento sobre as mortes por arma de fogo no Brasil no ano de 2014. Ali diz que, naquele ano, houve 45 homicídios em Araucária, o que nos colocou como sexto município mais violento da Região Metropolitana de Curitiba. Mas e daí, isso é bom ou ruim? Depende sob qual ótica se decide olhar. É claro que 45 pessoas te­rem sido assassinadas por arma de fogo é ruim. O bom seria que não tivesse havido nenhuma.

Porém, se for comparada com Campina Grande do Sul, também cidade da região metropolitana de Curitiba, que ficou em segundo lugar, a situação é menos pior. Também é preciso descontar os crimes que não são de Araucária. É muito comum “desova” de corpos em regiões de divisa com outros municípios, principalmente na região rural, que é imensa. Para esses casos, por mais que o crime e os envolvidos sejam de outra cidade, como o corpo foi encontrado em Araucária, a conta vem para cá. Também é preciso considerar que o estudo levou em conta apenas os últimos dados oficiais disponíveis, que são de dois anos atrás. De lá para cá houve um considerável investimento da área de Segurança que fez com que a quantidade de crimes deste tipo tivessem uma redução.

Mas, por mais que sejam descontados esses crimes de fora, e essa melhora nas forças policiais, ainda sobram muitas ocorrências locais e não é pouco. Quem se debruça sobre os inquéritos gerados por cada uma dessas mortes vai descobrir que a maioria é por conta de desavenças oriundas de tráfico de drogas. E é esse nosso real problema. O homicídio é apenas uma consequência. O que causa tudo isso é essa praga, a epidemia que virou o consumo de drogas.

O grande desafio é imenso e tem que, segundo especialistas, ser atacado pelo menos em duas pontas. Combatendo o tráfico, sua estrutura, desde a produção, transporte e venda no varejo e o tratamento dos dependentes. Os usuários são vítimas que acabam virando autores no meio do processo. O desespero para manter o vício faz com que sejam cometidos desde crimes de menor potencial ofensivo até homicídios. O que incomoda é que os números insistem em mostrar que o Poder Público está perdendo feio essa batalha.

Está passado da hora de toda a comunidade se unir e tratar o assunto como uma coisa só. Não existe traficante sem consumidor. Pense nisso e boa leitura.

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