Sempre sensível

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Nos últimos dias, novamente, vimos aumentar as reclamações de moradores e autoridades legislativas de nosso Município com relação a qualidade dos serviços de saúde oferecidos pelo poder público municipal. Novamente, o principal foco de reclamações foi à unidade de pronto atendimento infantil, que funciona em prédio anexo ao Hospital Municipal de Araucária (HMA).

Sempre que reclamações como essas vêm à tona, a pergunta que fica é: até quando ainda teremos que lidar com essas situações? E, cada vez mais, a resposta possível é: por muito tempo ainda.

E a resposta possível aqui não é fruto de puro pessimismo e sim de análise de conjuntura. A saúde não vai bem aqui e em nenhum lugar do país. E isso já faz muito tempo. Às vésperas de um novo processo eleitoral, temos visto políticos aproveitadores tentarem fazer crer que no tempo de fulano as coisas eram melhores. Conversa fiada. O que tínhamos em outros tempos eram problemas menores, população menor, cenário econômico melhor e, o principal, menos ferramentas de divulgação e expressão para que a população pudesse externar o seu grito de socorro.

Hoje, porém, a demora no atendimento em uma unidade de pronto atendimento é gritada “ao vivo” por uma mãe desesperada por meio de uma rede social qualquer. É isso que precisamos entender antes de, pelo menos para quem está bem intencionado, falar besteira de que hoje é pior ou melhor do que antigamente.

Tentar saber se hoje é melhor ou pior do que antigamente, porém, não resolve o problema do paciente e nem do gestor. Afinal, não é crível aceitar que o primeiro fica doente porque quer e que o segundo não resolve o problema propositadamente. Há sim um problema conjuntural, que passa primeiro pela dificuldade de estruturar de forma adequada a chamada atenção primária, que é o atendimento feito no postinho de saúde.

Ora, o que está acontecendo hoje em Araucária é que a sobrecarga que acontece nos 24 horas é fruto do atendimento deficitário nas unidades básicas. As consultas eletivas não são feitas no momento adequado e isso acaba culminando na necessidade de que muitas famílias procurem as urgências e emergências em busca desse tipo de consulta ou em razão da falta dela. Isso acaba gerando uma reação em cadeia, já que ao ter que atender consultas eletivas em ambiente de emergência, estes espaços acabam demorando na prestação daquele tipo de consulta que deveria ser a principal missão desse tipo de serviço.

Ou seja, não veremos menos reclamações nos serviços de emergência e urgência enquanto não resolvermos o problema da atenção básica. Simples e complexo assim. Boa leitura

Publicado na edição 1163 – 16/05/2019

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