Caminho perigoso

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Mais uma vez os noticiários internacionais mostram imagens que chocam o mundo com o atentado terrorista em Manchester, na Inglaterra, que até o momento resultou na morte de 22 pessoas e 59 feridos durante um show da artista Ariana Grande. A cada ano que passa fica nítido que o mundo segue por um caminho perigoso em que o radicalismo e extremismo por diferentes causas ou motivos cerceiam a liberdade, o diálogo e o respeito à vida.

O atentado em Manchester se junta a uma extensa e triste lista que resultou na morte de diversas pessoas, que incluem os ataques na França em 2015, a explosão do metrô de Londres em 2005 e de trens em Madrid em 2004, carros-bomba e ataques de morteiros no subúrbio de Bagdá em 2006 e o ataque ao World Trade Center em 2001, apenas para citar alguns que aconteceram neste século. Essas manchas na história da humanidade são cada vez mais constantes e precisamos encontrar formas de evitá-las.

Os avanços nos meios de comunicação, especialmente as redes sociais, permitiram uma enorme facilidade de contato entre grupos com linhas ideológicas, crenças, interesses, preconceitos e ideias semelhantes. O que deveria ser um espaço para o debate democrático e construtivo para unir a sociedade global tem sido utilizado com frequência para promover a divisão e o ódio, muitas vezes se valendo de informações falsas e maniqueístas.

Não existe absolutamente nada de errado em defender uma causa, desde que estejamos abertos ao conflito de opiniões, que i­rá agregar conhecimento e nos fazer evoluir. Porém quando convivemos exclusivamente com pessoas com a mesma linha de raciocínio, menos realizamos a necessária autocrítica e gradualmente a razão deixa-se dominar pela emoção. Isso nos cega para fatores básicos que precisamos exer­citar diariamente, como respeito ao próximo, a aceitação de valores diferentes e a construção de um ambiente que estimule o debate propositivo em prol da melhoria da sociedade.

Vivemos em um mundo eclético, com diversas religiões, culturas, escolhas sexuais e classes sociais. A convivência harmoniosa jamais será conquistada com a imposição violenta de valores, mas com o cuidado de valorizar e cres­cer com a pluralidade de opiniões.

Dessa forma, combater o extremismo e o radicalismo não deve acontecer por métodos tão violentos e agressivos quanto os que são pra­ticados por esses grupos, que apenas estimulam o ódio e tiram credibilidade daquilo que buscam defender. Essa é uma batalha que só iremos superar por meio da união, tolerância, respeito à liberdade de escolha, disseminação de conhecimento, diálogo civilizado com aqueles que não partilham dos mesmos ideais ou conceitos e, especialmente, com a valorização da vida, algo que infelizmente parece se tornar cada vez menos relevante.

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