Chamados à santidade

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Quando falamos em santidade, logo imaginamos naquelas pessoas especiais, quase que perfeitas, e que foram canonizadas pelos seus feitos heroicos. Parece ser algo que não está ao alcance dos seres comuns, mas de alguns privilegiados, por um merecimento. Esta constatação não é real, porque, na verdade, todos nós fomos criados para sermos santos. É uma busca diária de todos os seres humanos. Mas então, o que é necessário fazer para que possamos merecer a santidade? Vamos deixar o Papa Francisco falar, na exortação apostólica ‘Gaudete et exsultate’, sobre a chamada à santidade no mundo atual.

“Esta santidade, a que o Senhor te chama, irá crescendo com pequenos gestos. Por exemplo, uma senhora vai ao mercado fazer as compras, encontra uma vizinha, começam a falar e surgem as críticas. Mas esta mulher diz para consigo: ‘Não! Não falarei mal de ninguém’. Isso é um passo rumo à santidade. Depois, em casa, o seu filho reclama a atenção dela para falar das suas fantasias e ela, embora cansada, senta-se ao seu lado e escuta com paciência e carinho. Trata-se de outra oferta que santifica. Ou então atravessa um momento de angústia, mas lembra-se do amor da Virgem Maria, pega no terço e reza com fé. Este é outro caminho de santidade. Em outra ocasião, segue pela estrada afora, encontra um pobre e detém-se, conversando carinhosamente com ele. É mais um passo” (papa Francisco).

Como podemos perceber nas palavras do papa, a santidade realiza-se através de gestos simples no dia a dia. Com certeza, o que define se você está no caminho certo, é o amor com que você realiza tudo aquilo que faz. O verdadeiro amor é sempre gratuito e desinteressado, porque o seu único objetivo é fazer o bem ao próximo. Diversos santos foram grandes, apesar de nunca terem feito coisas extraordinárias, mas viveram plenamente o amor nas coisas simples da vida.

Todos nós somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. Testemunhar é dar o exemplo, é fazer com alegria aquilo que lhe compete, sem esperar trocas ou elogios. Fazer simplesmente porque o seu coração pede e você o faz porque acredita que ajudar o próximo, não importa a quem, é o mandamento por excelência. Muitos podem imaginar que a santidade é fruto de muita oração; sim, a oração pode ajudar, e muito, mas se ela não te levar a amar com mais intensidade o seu irmão, ela torna-se vazia.

Precisamos de santos no mundo de hoje, que saibam respeitar as diferenças; que valorizem e aprendam com os mais idosos; que tratem cada um com a devida dignidade, não importando a sua classe social, cor, sexo ou religião; que dediquem parte do seu tempo, de modo voluntário, em prol de quem está necessitado de sua ajuda; que excluam do seu vocabulário a palavra ódio, vingança, ressentimento, mágoa ou violência; que vivam com alegria, com bom humor, mesmo diante das adversidades da vida; que levem uma palavra de esperança e de conforto a quem sofrendo; que vivam a misericórdia, sem juízos ou condenações; que não inventam mentiras para destruir a imagem do próximo; que tenham a sua mão sempre estendida para levantar quem estiver caído no chão da existência. Este convite é para cada um de nós. Todos nós somos chamados à santidade na alegria do serviço gratuito e espontâneo, como servidores do Reino de Deus. No fundo, viver tudo isso é buscar a verdadeira felicidade, que só é possível, vivendo o amor ao próximo.

Publicado na edição 1137 – 01/11/18

Chamados à santidade

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