Humanos é que somos

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Quando atingimos metas em nossas vidas, subimos de grau, somos aplaudidos por causa das nossas conquistas, somos ovacionados pelos nossos dons, alcançamos o sucesso em nossos negócios, adquirimos imóveis e bens inimagináveis nós tendemos a pensar que somos melhores do que os outros. O orgulho toma conta de nossa vida e tantas vezes esquecemos que somos pó e ao pó voltaremos. Isso acaba nos distanciando dos ‘comuns mortais’, como se fossemos pequenos ‘deuses’ e é assim que tantas vezes nos colocamos diante dos outros.

Na antiguidade, quando um general romano voltava vitorioso de uma guerra, era aclamado por todo povo. Era ovacionado por suas conquistas. Mas quando ia receber a coroa da glória, alguém sempre lhe soprava no seu ouvido, ‘lembra-te que és mortal’. Essa lembrança da sua finitude, o colocava no seu lugar como um ser humano, frágil e limitado, e não como se fosse um ‘deus’, alguém ‘imortal’. Certamente, tantas pessoas nas horas de sucesso, da fama, da glória, precisariam de alguém ao seu lado para lhe assoprar no seu ouvido: ‘lembra-te que és mortal’.

A fama, o sucesso, as conquistas, o poder e o dinheiro, tudo isso é breve e passageiro. Ninguém permanece no topo por toda a vida. São momentos, são situações, mas todas elas passam e a realidade nos remete à nossa humanidade. Humanos é que somos, e um dia, ao pó voltaremos. Tudo é fugaz, e só permanece o bem que realizamos. Esse sim é imortal e eterno. Tudo o resto são apenas vaidades humanas, que nos colocam tantas vezes acima do bem e do mal, e por vezes, até acima do próprio Deus.

A nossa realidade é de finitude, e o sucesso de hoje, pode ser uma grande desgraça no amanhã. Precisamos manter a cabeça no lugar, sem nos acharmos os tais, porque na verdade, não o somos. Somos humanos, somos frágeis e tantas vezes insignificantes. Se estivéssemos aqui ou não, talvez as coisas seriam até melhores e mais bem elaboradas.

Custa-nos tantas vezes admitir que os outros podem fazer bem e melhor do que nós. Esse nosso orgulho tende então a diminuir a importância do outro, a rebaixá-lo e até a difamá-lo. Precisamos admitir os nossos limites e também as nossas incompetências. Tantas vezes agredir o outro, ataca-lo ou diminuí-lo revela a nossa fraqueza e a nossa incapacidade em admitir a nossa humanidade e a nossa fragilidade.

Tudo passa neste mundo. A nossa idade também avança e os limites físicos se fazem presentes para mostrar-nos o quanto somos humanos. Quem se orgulhava da sua beleza física, do seu vigor e da sua fama, de repente agora tudo isso é apenas uma lembrança. É preciso aprender com essa dura realidade, embora tantos insistam na eterna juventude. Isso é pura ilusão, pois o tempo não perdoa ninguém. As marcas se veem no rosto, no corpo alquebrado, na memória que já dá seus apagões momentâneos.

Somos humanos, e nada é para sempre. Isso requer humildade para admitirmos que nós somos apenas passageiros por este mundo, que somos substituíveis e somos mortais. Quando formos capazes de reconhecermos esta dura realidade, saberemos abrir as portas para os outros. Teremos a humildade de admitir nossos limites, e aceitar as qualidades do outro. Ninguém é insubstituível e imortal. Somos humanos, somos limitados, e devemos repetir todos os dias a nós mesmos: ‘lembra-te que és mortal’.

Compartilhar
PUBLICIDADE