“VAI, TUA FÉ TE SALVOU” Mc 10,52

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Jesus estava em Jerico, caminhando em direção a Jerusalém, cercado por uma grande multidão e acompanhado pelos seus 12 apóstolos. De repente, do meio do povo, um mendigo, cego, de nome Bartimeu começa a chamá-lo: ‘Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim’. A multidão quer abafar a sua voz, assim como os apóstolos. Mas ele grita cada vez mais alto, até que Jesus para e pede que chamem o cego. Vão até ele e dizem, ‘coragem, levanta-te, ele te chama’. Imediatamente, ele jogou o manto, com o qual recebia a esmola, deu um pulo e foi até Jesus. E Jesus lhe perguntou o que ele queria que ele fizesse e o cego pediu: ‘que eu veja novamente’. Jesus, diante daquele homem mendigo e cego até então, respondeu: ‘vai, a tua fé te salvou’. Ele recuperou então a vista e o seguia pelo caminho.

A história do cego Bartimeu é a história de cada um de nós. Assim como ele, tantas vezes, ao longo da vida, estamos caídos, desanimados, cegos, como que mortos por dentro. Tudo parece sem sentido e sem uma meta ou um objetivo para seguir. Mas quando Jesus passa, e nos lançamos nos seus braços, tudo começa a mudar. As suas palavras, a sua presença, renovam a nossa coragem e a disposição para levantar e seguir em frente. Mas esta mudança não é mágica, porque Jesus não é milagreiro. A ação do cego é fundamental para que seja curado. Se ele continuasse deitado, sem fazer nenhum esforço, como um pobre coitado, certamente não seria curado. Ele faz a sua parte, joga o manto, dá um pulo e vai ao encontro de Jesus. Este gesto é essencial para que haja uma verdadeira mudança, uma transformação em sua vida. A sua fé foi determinante na sua cura.

Muitas vezes ficamos caídos, diante das adversidades da vida, fechados para todas as possibilidades de mudança. Continuamos agarrados ao nosso manto que se chama mágoa, ressentimento, isolamento, preguiça, passado de dor e sofrimento, reclamações e não temos a coragem de jogá-lo para longe. Jogar o manto significa assumir a decisão de mudar de vida e fazer a nossa parte. Dar um salto é o ato de quem se mexe e de quem está disposto a ser diferente e assumir a vida em suas próprias mãos. De quem não permanece parado, inerte, como se tudo dependesse do outro. É preciso fazer a sua parte, buscar, acreditar, levantar-se, ir ao encontro das soluções. Ao agir assim, estamos fazendo a nossa parte, na certeza de que uma mão surgirá em nossa frente, dando-nos amparo e sustentáculo nesta hora. É mão do mestre, é a presença de Jesus a nos dizer: ‘vai, tua fé te salvou’.

Dentro de cada um de nós existe uma luz, capaz de nos mover e mostrar a direção. Mas é preciso que acreditemos nesta luz e façamos a nossa parte. Muitos esperam que Jesus faça tudo, como se tudo dependesse dele. E ele responde dizendo que nos deu a inteligência, as mãos, os pés, enfim, todas as condições externas e internas para que saiamos do túnel e nos abramos para a luz. É preciso acreditar, pois sem fé, não conseguimos praticamente nada. A verdadeira fé nos anima e nos fortalece e nos faz avançar, mesmo em meio a trevas e noites escuras. Quando tudo parece perdido, para quem continua acreditando, de repente, surge um verdadeiro facho de luz a iluminar e a indicar o caminho. Esta é a presença de Jesus, que nos aponta a direção, contando com a nossa colaboração. Ele sempre surge para nos animar e a nos impulsionar a assumir as rédeas de nossa existência. A graça pressupõe a natureza, ou seja, a fé requer a nossa participação. Ao longo da nossa vida, continuemos jogando nossos mantos, dando o pulo que nos desperta, na certeza de que a cura depende da nossa fé.

Publicado na edição 1136 – 25/10/18

“VAI, TUA FÉ TE SALVOU” Mc 10,52

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