Vigia!

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O escritor polonês, sociólogo, Zigmund Bauman define esta sociedade atual como líquida, onde tudo se dissolve facilmente e nada permanece sólido e consistente. A grande preocupação do homem pós-moderno, segundo este autor, é com o momento presente, com o aqui, o agora, o já, sem grandes preocupações com o futuro. É preciso desfrutar ao máximo o momento atual, seja no mundo das relações pessoais, assim como na relação com as coisas materiais. É um mundo hedonista e profundamente pragmático, onde é importante aquilo que é útil no momento, mesmo que facilmente descartável. Até no mundo relacional, esta máxima aparece de modo selvagem, ou seja, uso o outro para satisfazer-me momentaneamente e logo em seguida o descarto, e jogo fora.

Este modo de ser e agir do ser humano criou dentro dele um enorme vazio, a falta de sentido e significado de uma existência mais comprometida e pautada por ideais. Se fossemos pedir para um jovem desenvolver um projeto de vida, certamente encontraríamos na maioria deles um ideal muito limitado, capaz de ser resumido em poucas palavras, e todo ele fixado no prazer imediato e na satisfação momentânea. Não é raro encontrarmos jovens totalmente indiferentes com aquilo que poderá advir no seu futuro. Isso é realmente preocupante, colocando em risco o compromisso por um mundo melhor, mais justo e mais humano.

Dentro deste cenário, podemos ser levados por um desânimo coletivo, por uma letargia e falta de empenho, como se este mundo não tivesse mais solução. Este é, com certeza, o perigo que envolve as nossas mentes, tantas vezes descrentes de uma sociedade melhor. E talvez por isso, a indiferença torna-se a marca de tantos que navegam de modo frio e distante no meio desta sociedade. Aqui e acolá surgem os profetas da desgraça, semeando nos corações humanos, uma descrença na possibilidade de mundo mais habitável e confiável para as futuras gerações. As noticias que falam de tragédia, de desgraça, de destruição, parece que ocupam o espaço da comunicação e são elas que mais atraem o público de modo geral. Falar de esperança neste contexto é causa de riso e de deboche.

No entanto, para nós cristãos, a esperança deveria ser a marca registrada. O Deus da vida veio ao mundo, para trazer a todos a certeza de que as coisas podem ser diferentes. O papa Francisco nos convoca a sermos profetas da esperança, a lutarmos contra a corrente, desafiando os profetas da desgraça, que semeiam cizânia e desespero nos corações humanos. A sermos sinais de um mundo melhor, através de pequenos gestos de amor, de solidariedade e de fraternidade. Contra o mau humor e todo este desencanto que acompanha tantas pessoas privas de fé e de esperança.

Tempo de advento é este período em que a esperança se renova, porque o menino Deus vem novamente despertar em cada um de nós a certeza de que podemos construir um mundo melhor. Mesmo que cercados por valores passageiros, líquidos, a vinda do Salvador nos remete a princípios sólidos, perenes e eternos. Devemos acreditar nisso, e isto significa, vigiar para não nos deixarmos levar pela onda que assola a nossa humanidade. Os princípios evangélicos permanecem como a luz que deve guiar nossos passos, no caminho que conduz para a verdadeira felicidade. Por mais que o mundo tente abafar a presença da luz, que se chama Jesus sejamos nós sinais da sua presença, vivenciando aquilo que o Menino Deus semeou neste mundo, através de suas palavras, gestos e ações.

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