O ex-secretário de Obras Públicas da Prefeitura, Edson Luiz Braun, se entregou esta semana à Justiça. Ele havia tido sua prisão preventiva decretada na segunda fase da ope- ração Fim de Feira, que no final do ano levou à prisão o então prefeito Rui Sérgio Alves de Souza (PTC).
Edson, que ficou no comando da Secretaria de Obras por cerca de quinze dias, se entregou na terça-feira, 17 de janeiro. Acompa- nhado de seu advogado, ele compareceu à Delegacia da Polícia Civil da cidade trajando calça, camisa e sapato social. Trouxe também uma pequena mochila com pertences pessoais e um travesseiro. Logo após ser recepcionado pelos agentes, ele foi orientado a trocar de roupas. No próprio banheiro da DP, ele substituiu o traje social por camiseta branca, calção e chinelo.
Agora, das sete pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada a pedido do Ministério Público em razão do esquema que havia sido montado na Prefeitura para achacar fornecedores, duas seguem foragidas: Joasiel Guilherme Soares e Marcio Silva Salgado. O primeiro seria uma espécie de preposto de Rui na abordagem dos empresários achacados e, o segundo, era o secretário de Meio Ambiente e uma espécie de faz-tudo do grupo.
Dupla derrota
Também presa em razão do esquema montado na Prefeitura, a ex-secretária de Governo, Fernanda Karas sofreu duas derrotas nos últimos dias. Primeiro, ela tentou converter sua prisão preventiva em domiciliar. Alegou que a Penitenciária Feminina de Piraquara (PFP), onde está detida num espaço em separado das demais presas, não reunia as condições necessárias para recepcioná-la, já que por ser advogada deveria ficar numa sala especial.
Na análise do pedido, o juiz Sergio Bernardinetti considerou que, quando comparado à situação das penitenciárias do Brasil, o espaço reservado para a ex-secretária é adequado. “À vista das condições absolutamente precárias da grande maioria das cadeias públicas paranaenses, inclusive deste Foro Regional de Araucária, não há dúvidas de que a peticionaria encontra-se na PFP condições condignas, sobretudo em comparação com a realidade que enfrentaria se recolhida à DP deste Município”, justificou ao indeferir o pedido.
Fernanda também entrou com um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça, o qual foi negado pelo magistrado Mauro Bley Pereira Junior.
Texto: Waldiclei Barboza / FOTOS: DIVULGAÇÃO