Na Câmara, Padre André recebe título de cidadão honorário

Padre André recebe placa do vereador Pedrinho da Gazeta
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Padre André recebe placa do vereador Pedrinho da Gazeta
Padre André recebe placa do vereador Pedrinho da Gazeta

Araucária ganhou mais um cidadão honorário e, desta vez, dezenas de pessoas foram à Câmara de Vereadores na última sexta-feira, 20 de novembro, para acompanhar a entrega do título a uma das pessoas mais queridas da comunidade araucariense. Trata-se do padre André Marmi­licz, pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores.

A ideia de homenageá-lo partiu do vereador Pedrinho da Gazeta (PMDB), que em novembro do ano passado protocolou o projeto de lei na Câmara. A proposta foi aprovada pela unanimidade dos vereadores ainda em 2014, mas até então a entrega da placa que simboliza a honraria ainda não havia sido feita. Na sexta-feira várias autoridades municipais e, principalmente, católicos araucarienses foram à Casa acompanhar o ato.

De acordo com o vereador Pedrinho da Gazeta, já há muito tempo que ele tinha vontade de propor a homenagem ao padre. “Ele é o responsável pela capela da minha comunidade, lá no Thomaz Coelho, e sou testemunha do grande trabalho que ele realiza. Não tenho dúvidas de que ele é merecedor desta homenagem”, comentou.

Nascido em Guarani das Missões, no Rio Grande do Sul, o pároco foi ordenado em 1.988 e veio para Araucária em 2006. Além do sacerdócio, padre André também é autor de seis li­vros e professor universitário em Curitiba. “A história de vida dele é muito bonita e sua dedicação à nossa comunidade é algo impressionante. Eu particularmente me sinto honrado em ter podido prestar esta homenagem a ele”, comentou o vereador.

Na solenidade em que recebeu o título de cidadão honorário de Araucária, padre André se disse muito feliz com a homenagem e com o carinho que recebe diariamente da comunidade local. Aos presentes, ele ainda falou sobre a missão de servir, de ajudar na cons­trução de um mundo melhor para as futuras gerações. “Cada um de nós tem um legado a ser deixado para as futuras gerações. Não estamos nesse mundo por acaso, mas temos a grande missão de tornarmos esse mundo um pouco melhor, porque nós fizemos parte dele”, ensinou.

Dezenas de pessoas foram ver a sessão
Dezenas de pessoas foram ver a sessão

“SERVOS INÚTEIS”

Como passageiros no trem da existência, somos chamados a deixarmos marcas por onde passarmos. Cada um de nós tem um legado a ser deixado para as futuras gerações. Não estamos nesse mundo por acaso, mas temos a grande missão de tornarmos esse mundo um pouco melhor, porque nós fizemos parte dele.

A palavra que melhor define a nossa vida é SERVIÇO. Ninguém se realiza plenamente pensando somente em si mesmo. No momento em que nós saímos do nosso mundo e nos colocamos como servos, a nossa vida assume um gosto, um colorido totalmente diferente e especial. Servir não é um fardo, um peso, mas a essência da nossa existência. Aqueles que vivem em função do seu próprio ego, como narcisistas, fechados em seus próprios interesses, jamais poderão fazer a experiência da gratuidade, do amor que serve e se sacrifica pelos outros. Com certeza, existe muito mais alegria em dar do que em receber.

Servir é ir ao encontro daquele mais carente, que precisa do nosso afeto, do nosso carinho, da nossa palavra, da nossa presença. Fazer o bem para quem está mais necessitado é um dever, uma obrigação como seres humanos, e mais ainda, como cristãos. Saímos renovados quando a nossa presença ajuda o ambiente a ser melhor. É tão bom quando encontramos alguém e perguntamos, ‘tudo bem?’ e ele nos responde, ‘melhor agora com a sua presença’. Confesso que isso renova a nossa alma e o nosso desejo de continuarmos amando e servindo os irmãos.

Jesus Cristo afirma que somos apenas servos inúteis e que no final da vida poderemos dizer, ‘fizemos o que deveríamos ter feito’. Na verdade, ele não nos diminui como se não tivéssemos nenhuma importância, mas mostra que a realização do ser humano só será possível nesse mundo, se ele for um servidor. Parece que de certo modo ‘somos condenados a servir’, do contrário, a nossa vida passará em branco e não haverá nada para celebrar no seu final. Pelo contrário, quando nos doamos e nos entregamos a serviço de uma causa, de um projeto, e claro, do próprio evangelho, no final de nossa vida, poderemos descansar em paz na certeza de termos feito o melhor e o possível em prol dos irmãos.

Servir na gratuidade, esse é o grande desafio, sem esperar nada em troca. É assim a atitude daquela mãe que é capaz de passar horas e horas, ou então, dias ou meses ao lado de seu filho, simplesmente porque o ama e quer o seu bem. O mundo precisa aprender a ser mais generoso, e não agir sempre pensando numa troca, como se tudo devesse ser pago. A beleza está em fazer as coisas de modo voluntário, livre e espontâneo, simplesmente pelo prazer de fazer o bem. É assim a atitude de quem trabalha na comunidade, sem remuneração, trabalhando gratuitamente para a construção do Reino de Deus. É muito bom fazer o bem, ajudar a quem precisa e ser solidário, animar a quem está caído, ir ao encontro daquele desanimado para levar uma palavra de consolo e de esperança.

Somos servos inúteis, no sentido de que fazemos apenas o que deveríamos fazer, pois a nossa plena realização está no bem que realizamos em favor de quem precisa. Ilude-se quem pensa que a vida se resume em bens materiais, em consumos exagerados. Isso leva a um vazio sempre maior, que nunca preenche a essência da nossa existência. Fazer o bem na gratuidade é com certeza o melhor caminho para uma realização plena nesse mundo.

Texto: Waldiclei Barboza / FOTOS: EVERSON SANTOS

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