Qual o plano?

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Nos últimos dias Araucária deu largada a uma importante discussão que acontecerá na cidade ao longo de todo este ano e início do próximo: a revisão do plano diretor.

Muita gente pode estar aí pensando que estamos falando de mais um daqueles instrumentos criados pela legislação brasileira sob o argumento de incentivar a participação popular, mas que, na prática, não fazem do cidadão comum partícipe do processo e sim um mero cúmplice.

E, talvez, seja este o grande primeiro desafio do gestor atual que terá que conduzir as discussões da revisão do plano diretor: convencer e sensibilizar o trabalhador comum, aquele que mora lá no bairro Capela Velha ou no Campina da Barra, ou mesmo em General Lúcio, a participar deste processo.

E, nesta dura tarefa, o processo de sensibilização e convencimento do seu João e da dona Maria se dá somente se o gestor conseguir fazê-los entender que o plano diretor de uma cidade não é algo pensado pelos tecnocratas da Prefeitura, com suas pranchetas, números e assim por diante. A parte técnica, diga-se de passagem, é mais fácil de se fazer. Você só consegue atrair o cidadão comum para a discussão se ele realmente enxergar que esse tal de plano diretor pode afetar diretamente o modo como ele vive a sua e a vida de seus familiares e amigos.

Justamente por isso é de extrema importância que o gestor não entenda a participação popular nas discussões como um mal necessário para legalizar o processo e sim como um bem indispensável para legitimar a legislação que será formada e que ditará o caminho que precisará ser seguido pela cidade e seus habitantes, caso queiramos mesmo uma cidade melhor do que esta que está aí.

Em 2005, por exemplo, as discussões para implantação do plano diretor atraíram milhares de pessoas, mas isto não necessariamente fez com que elas se apropriassem do texto final e, posteriormente, a lei aprovada se tornou apenas mais uma dentre as mais de três mil existentes hoje no Município.

A torcida que fica agora é para que não cometamos o mesmo erro. Pois, do contrário, perderemos outros dez anos remendando o plano, pois ele é ruim, ao invés de efetivamente segui-lo.

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima!

 

Publicado na edição 1103 – 08/03/2018

Qual o plano?

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