Um jogo mortal que vem ganhando popularidade e chamando a atenção do mundo inteiro, denominado Baleia Azul (Blue Whale), já pode ter feito suas primeiras vítimas em Araucária. Boatos circulam pela cidade de que em uma escola municipal uma jovem teria entrado no jogo e que outros dois adolescentes teriam dado entrada no Hospital Municipal, com ferimentos atribuídos ao jogo.
O jogo iniciou na Rússia, onde um grupo conhecido como #F57, passou a ser investigado devido à suspeita de que, com seu jogo Baleia Azul, teria induzido mais de 130 jovens, predominantemente na Europa, a cometerem suicídio desde 2015. Até então, o jogo do suicídio parecia estar longe da nossa realidade, mas há cerca de duas semanas, chegou com tudo no Brasil e se espalhou rapidamente por várias cidades, inclusive registrando suas primeiras vítimas fatais.
Em Curitiba, entre a terça-feira, dia 18, e quarta-feira, dia 19, foram registrados oito casos envolvendo o jogo Baleia Azul. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, cinco dos jovens atendidos na rede tentaram suicídio, enquanto outros três se automutilaram. Em Araucária, apesar dos boatos, a Prefeitura esclareceu que não há registro oficial de situações atribuídas a essa prática em escolas do município. Disse ainda que, trabalhos de prevenção, incluindo o cyberbullying, ocorrem ao longo do ano com alunos e contam com apoio de secretarias como a de Segurança Pública.
A Secretaria de Saúde também informou não ter registro oficial de situações atribuídas ao jogo. Explicou que, ao longo do ano, o município oferece uma série de ações e serviços a moradores que precisam de atendimento para diversos casos; seja na área de Educação, Saúde, Segurança Pública, Assistência Social ou outra. Acrescentou que Araucária conta com uma rede de proteção permanente que orienta, encaminha e atende a diversas situações por meio de ações integradas. O morador interessado em saber mais pode procurar a escola mais próxima ou uma unidade de saúde, por exemplo, onde receberá mais informações.
50 desafios do jogo e como jogar
Tudo se inicia com um convite para a página privada e secreta deste grupo “#F57” no Facebook, e nela um instrutor passa alguns desafios aos seus novos jogadores. A partir de então, o que parece um jogo inocente, torna-se macabro e mortal. No total, são propostos 50 desafios, tais como: escrever com uma navalha o nome daquele grupo na palma da mão, cortar o próprio lábio, desenhar uma baleia em seu corpo com uma faca, até chegar ao desafio final, que ordena tirar a própria vida.
Um dado preocupante é que, após a vítima iniciar os desafios, ela não poderá desistir. Dizem alguns participantes, que caso pretendam desistir, são ameaçados pelos administradores do game, pois se deve ir até o desafio final.
A polícia suspeita de que os instrutores e criadores do jogo são cibercriminosos e estão utilizando o poder da Internet para influenciar crianças e jovens a cometerem suicídio. Aqueles que, no Brasil, estão “brincando” de instrutores e convidam outros a jogar, caso seus convidados completem a tarefa final, também serão punidos, pois se tratam de criminosos.
Prevenção
Diante da situação alarmante que se instalou em todo o país, escolas de Araucária já começaram a orientar seus alunos com relação aos perigos do jogo. Algumas instituições já estão programando reuniões com a equipe pedagógica, pais e alunos, para tentar conscientizá-los da gravidade do jogo. “Vamos provocar uma mobilização para que os jovens não tenham medo das ameaças dos chamados curadores. Também faremos um alerta sobre a importância do diálogo em família e da presença constante dos pais na vida dos seus filhos, principalmente nesse momento tão crítico em que estamos vivendo”, comentou o diretor de uma das escolas.
Texto: Maurenn Bernardo com assessoria / Foto: Divulgação
