Um convite

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Não sei se existe algum assunto que precise necessariamente ser resolvido no período de um ano. Eu tinha uma meta em 2016: aprender a nadar. Deixando de lado as razões pelas quais não consegui cumprir o plano, eu me pergunto o que teria sido de mim caso esse aprendizado demorasse mais do que um ano para se cumprir.

Claro que aprender a nadar é algo feito por etapas, mas deve existir um momento em que o aluno passa de alguém-que-não-sabe para alguém-que-sabe. Se essa mudança de status levasse, por exemplo, dezoito meses, será que eu me sentiria frustrado por ter atribuído a mim mesmo um feito impossível?

Para este ano, decidi apenas aceitar que viver não é preciso. Esta frase, aliás, é muito mal interpretada. Quando digo isso não estou alegando que viver seja desnecessário, mas que a vida é imprecisa e, portanto, não se sujeita ao estabelecimento de metas impossíveis: no meu caso, aceitei como impraticável o aprendizado da natação, mesmo que os prazos fossem muito generosos. Há o que sabemos, o que não sabemos, o que podemos saber e o que nunca saberemos. Alguns de nós estão destinados a não saber nadar.

Traçar plano é andar em uma rua reta, às vezes longa. Mas além do plano e da rua existem as esquinas, que você encontra quando está indo para um lugar e outra opção aparece. Há quem paga para ver o que há depois dela, há o que se contenta em saber de sua existência, e há os que acreditam que voltar às ruas anteriores é mais seguro. Para alguns, melhor seria se não houvesse opção alguma para dobrar.

Algumas esquinas, porém, têm uma natureza diferente: não é você que a dobra, é ela que dobra você. A morte, o nascimento, o emprego que se perde, outro que se conquista, o amor que vai embora e o novo que chega, o ano que passou sem aprendizado algum ou uma grande conquista.

Uma dessas esquinas veio até mim na forma de um convite para assinar esta coluna. Sem planejamento anterior algum, vou me dedicar nas próximas semanas a compartilhar neste jornal algumas coisas que eventualmente me aparecem ou apareceram, na forma de planos, ruas, esquinas e imprecisões.

Já estive neste jornal antes: durante um tempo integrei a equipe de fechamento de edição fazendo a revisão ortográfica e gramatical das matérias antes da publicação. Aproveito para me desculpar caso você tenha reparado em algum erro daquele tempo: as noites de fechamento são longas e cansativas.

Que este texto inaugural sirva como um convite ao acompanhamento da coluna. Pelo jornal ou pelo site, no endereço www.opopularpr.com.br. Sinta-se à vontade para comentar e fazer parte dessa estrada.

Quem sabe as histórias que aparecerão por aqui ocorreram no cruzamento imediatamente posterior ao que você se encontrava na ocasião, ou talvez até no mesmo? Se neste ano não aprendermos a nadar, que pelo menos entremos na água. Um grande abraço.

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