Tiros que mataram adolescente na sexta não eram para ela

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Tiros que mataram adolescente na sexta não eram para ela

Na noite da última sexta-feira, 7 de julho, um assassinato brutal aconteceu em uma casa na rua João Haliski, no jardim Alvorada, bairro Thomaz Coelho. A adolescente de 15 anos, Emily Beatriz dos Santos Krichak, foi atingida por 9 disparos de pistola 9mm. Porém, de acordo com informações da Polícia Civil, o objetivo dos autores não era atingir Emily, e sim outro rapaz que morava na casa.

Segundo informações, na casa em que aconteceu o crime mora Flávio Rangel Fernandes Bochi, 24 anos, e sua família. Emily, no entanto, era amiga de infância de Flávio e costumava frequentar a residência regularmente. Ela também era vizinha do amigo e morava a cerca de 100 metros da casa dele.

De acordo com a Polícia Civil, na noite em que o assassinato aconteceu, Emily, Flávio e sua família estavam dentro da casa, e o cachorro da família estava preso no terreno. Os suspeitos teriam pulado o muro e invadido a residência. Neste momento, o cachorro, para defender seu espaço, latiu avançando contra eles. Mas, conforme informou a família, o animal não representava grande perigo, pois, apesar de ter tentado defender o local onde vivia, era manso.

Os autores então atiraram por duas vezes contra o cão, porém, segundo os donos, o animal foi atingido por pura crueldade. Em seguida, gritaram dizendo serem policiais e mandaram todos que estavam na casa deitar no chão, mas, com o barulho dos disparos, Emily saiu para fora da casa e imediatamente foi atingida por tiros no rosto, peito e coxa.
Flávio conseguiu fugir pulando o muro, já uma irmã dele foi atingida por um tiro de raspão. Os autores teriam fugido na sequência em um veículo GM Omega de cor escura.

O cão foi levado pela Guarda Municipal a uma clínica veterinária e passa bem. O corpo de Emily foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, em Curitiba.

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Tafarel estava em liberdade provisória aguardando júri sobre um homicídio em 2016

DESDOBRAMENTOS

Segundo informações repassadas pela Delegacia de Polícia, antes do crime um dos suspeitos teria ido até a casa de Flávio e no portão da residência o ameaçado com uma arma de fogo. Depois do homicídio, os dois autores teriam retornado à casa de Flávio por duas vezes e o ameaçado de morte para a mãe dele.

No dia 9 de julho, dois dias após a morte de Emily, durante patrulhamento da Polícia Militar pelo jardim Alvorada, Flávio abordou a equipe e informou que em uma casa na rua Pedro José Saad estaria Fernando, conhecido como “Paraguai”, e até o momento sem o sobrenome divulgado pela polícia, em posse de duas pistolas, utilizadas no homicídio da adolescente. Diante da informação, os policiais deslocaram-se à residência indicada e encontraram a esposa de Paraguai que disse não ter visto mais o marido desde o dia do assassinato e que não sabia onde ele estava. Ela autorizou a equipe a realizar buscas na casa, mas nada de ilícito foi encontrado.

No mesmo dia, a polícia foi até outra casa no mesmo bairro, mas desta vez na rua Dom Manoel de Silveira Del’Boux, onde, segundo denúncias, estariam dois indivíduos armados e que estes seriam os responsáveis pela morte de Emily. Os PM’s foram até o local e encontraram Flávio que informou ser um dos possíveis alvos do crime ocorrido. Ele informou também que não possuía nenhuma arma de fogo e autorizou as buscas na residência, porém nada foi localizado.

FLÁVIO FOI ATINGIDO

Neste mesmo dia 9, só que por volta das 22h30, novamente a Polícia Militar foi acionada para verificar uma situação de disparo de arma de fogo na mesma rua em que, horas antes, teriam encontrado Flávio informando que era um dos alvos dos criminosos.

Em um matagal no mesmo endereço, próximo à passarela, Flávio foi encontrado consciente, mas alvejado por disparos de arma fogo na perna, braço, face e cabeça. Ele relatou que quem teria atirado contra ele seria Tafarel Lucas Ferreira de Lima. O Siate foi acionado e encaminhou Flávio ao Hospital do Trabalhador, em Curitiba.

A vítima segue internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), em coma induzido.

Vale lembrar que Flávio reconheceu e indicou Tafarel como sendo um dos responsáveis pelos tiros que levou e Paraguai na morte de Emily.

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Flávio foi encontrado consciente em um matagal após ter levado os tiros

MOTIVAÇÃO DOS CRIMES

As investigações da Polícia Civil apontam que a motivação dos dois crimes, tanto a morte de Emily como a lesão contra Flávio, foram propriamente por vingança.

Retomando os casos a fim de explicar com mais detalhes as situações, Tafarel já havia sido preso pelo roubo de um carro e também está atualmente em liberdade provisória, com tornozeleira eletrônica, aguardando júri pelo homicídio contra João Marcos da Silva Rodrigues, que aconteceu em 17 de outubro de 2016, no bairro Chapada. Este crime, por sua vez, também teria sido cometido por Erick José de Freitas.

As informações recebidas no processo de investigação, indicam que enquanto Tafarel estava na penitenciária, as vítimas dos crimes teriam informado sobre a participação dele e de Erick no assassinato de João Marcos. Entretanto, caiu por terra o fato de Emily ter denunciado Tafarel e Erick sobre o homicídio anterior, pois já se sabe que foi outra pessoa que “caguetou” os fatos. Ainda, há informações de que Erick teria uma rixa com Flávio devido ao tráfico de drogas.

O delegado Messias da Rosa comentou sobre o modus operandi dos assassinatos. “Há relação na maneira de realizar os crimes, visto que eles foram cometidos por duas pessoas que invadiram a residência durante a noite e pegaram as vítimas desprevenidas”, afirmou.

ANTECEDENTES CRIMINAIS

A Polícia Civil está levantando a ficha criminal dos envolvidos. Sabe-se que Flávio tem passagem na polícia por furto e algumas situações de ameaça.
Já em nome de Emily há um boletim de ocorrência acusando seu desaparecimento em data anterior. E, acredita-se também que ela era usuária de drogas.

Sobre os supostos autores dos crimes, Tafarel aguarda a sentença sobre o homicídio no ano passado. Paraguai também tem passagem, mas a polícia ainda não conseguiu levantar todos os seus antecedentes.

 

Fotos: Marco Charneski e divulgação

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