Pediatra alerta sobre cuidados com a doença “mão-pé-boca” em crianças menores de 5 anos

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

O aumento nos casos da doença mão-pé-boca acende um alerta entre os pais com filhos menores de 5 anos, faixa etária mais atingida, sobre a necessidade de cuidados, por ser altamente contagiosa. Embora bem menos comum, alguns adultos também podem contrair a síndrome. Causada pelo vírus Coxsackie, a doença tem transmissão fecal, oral e também respiratória.

A pediatra Patrícia Beleski Carvalho de Oliveira, que atua na Clínica São Vicente e é também diretora técnica da Secretaria Municipal de Saúde, afirma que apesar do alto índice de contágio, a maioria dos quadros são leves, geralmente apresentando febre, mal estar e diminuição do apetite da criança. “Outro sintoma bem característico são as lesões na boca, na mão e nos pés (daí o nome da doença), que também podem aparecer no corpo da criança. Na região da fralda é bem comum aparecer em crianças pequenas”, explica a médica.

Por ser autolimitada a síndrome tem um tempo entre a incubação e melhora dos sintomas de aproximadamente uma semana. Por isso, quando a criança a contrai, é recomendado seu afastamento da escola, devido ao alto grau de contágio. “Importante frisar que a transmissão é fecal-oral, então é transmitida principalmente pela parte da saliva de uma criança em contato com a outra, muitas vezes através de brinquedos e objetos que elas compartilham e colocam na boca. Também pode ocorrer por transmissão fecal, então é muito importante os pais e cuidadores higienizarem bem as mãos após a troca de fraldas, para que o vírus não fique alojado e a transmissão se propague”, orienta a pediatra.

Surtos

Em Araucária, de acordo com a diretora da SMSA, já houve aumento no número de casos este ano, ainda assim não chega a ser um surto, porém a Vigilância Epidemiológica está atenta, principalmente nos CMEIs. “Não é uma doença de notificação obrigatória, mas aqui no Município é feito um trabalho bem importante de orientação junto aos CMEIs e escolas. Existe uma ficha de notificação que é feita pela Epidemiologia, que fica nas próprias creches, e quando a criança apresenta os sintomas, o caso pode ser notificado”, disse Dra Patrícia.

A médica lembra ainda que a síndrome não é sazonal, costuma aparecer mais no verão e no outono, mas pode ocorrer em qualquer época. “Não existe vacina, é uma doença viral, por isso também não há um remédio específico para o seu tratamento. O que indicamos são medicações sintomáticas como anti-inflamatórios, analgésicos, hidratação da pele e compressa com chá de camomila nas lesões. Se as lesões estiverem coçando muito, pode utilizar um antialérgico, além da orientação de uma alimentação mais líquida e pastosa, evitar alimentos quentes, salgados ou condimentados porque vai doer mais a boca da criança”.

A mão-pé-boca não costuma apresentar complicações, o que pode acontecer com maior frequência é a desidratação, isso porque às vezes as crianças não conseguem comer direito e nem tomar líquidos. “Claro que existem alguns casos de complicações mais graves, com acometimento de sistema nervoso central e até relatos de óbito, mas isso é algo muito raro. O comum é uma doença benigna na maioria dos casos, com uma duração de aproximadamente uma semana, que requer cuidados, afastamento da escola, hidratação da pele, cuidados com a alimentação, analgésicos e aguardar a recuperação da criança, com a produção dos anticorpos”, ilustra a médica.

Sentindo na pele

A jornalista e empresária Patrícia Fernandez tem um filho de 8 meses que recentemente contraiu a síndrome mão-pé-boca. A mãe conta que seu bebê começou a ter febre, então ela o medicou e ficou monitorando, porém a temperatura não cedeu e chegou a quase 40°. “Levei meu filho ao hospital e a médica já identificou as feridas na garganta e na gengiva dele. Acredito que ele pegou do meu filho mais velho, que está na escolinha, e lá foi registrado um caso. Eu já conhecia a doença, mas até então ninguém da família tinha se contaminado”, disse a empresária.

Segundo ela, está complicado ver o filho sofrendo com as lesões, pois ele não está se alimentando e só aceita mamadeira, em pouca quantidade. “A gente sofre junto com ele, foi difícil ver ele com febre e depois apresentando feridas na boca e depois no corpinho todo. A maior dificuldade é ver ele chorar de dor e não poder fazer nada. Estamos usando os medicamentos passados pela médica para controlar a coceira e anestesiar a boca para que ele possa comer. Também estamos usando água de aveia para secar as feridas do corpo e aguardamos a melhora dos sintomas”, declarou a mãe.

Edição n. 1365

Compartilhar
PUBLICIDADE