1ª vítima fatal de COVID em Araucária não tinha comorbidades

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1ª vítima fatal de COVID em Araucária não tinha comorbidades

O falecimento de Márcia Aparecida dos Santos no último sábado, 6 de junho, colocou Araucária nas estatísticas de cidades brasileiras com vítimas fatais do novo coronavírus, doença ainda sem cura que vem assustando todo o mundo.

Marcia estava internada desde o dia 20 de maio no Hospital de Reabilitação do Cabral, que pertence ao complexo médico do Hospital do Trabalhador, unidade de referência da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) para o tratamento de vítimas de Covid-19.

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), ela teria começado a apresentar os sintomas por volta do dia 5 de maio. Tratou como se fosse uma gripe ou resfriado. Como não apresentou melhoras, procurou o Pronto Atendimento COVID de Araucária no dia 20 do mês passado. Ficou em observação, coletou exame para o teste do tipo PCR da doença e já foi transferida para um leito de UTI em Curitiba. Quando o teste positivou para coronavírus, ela já estava internada.

Filha de seu João e Dona Dirce, Marcia tinha 50 anos e faria 51 no próximo dia 13 de novembro. Moradora da rua José Karas, no jardim Alvorada, bairro Thomaz Coelho, era muito querida na região. Evangélica, era frequentadora assídua de sua igreja, a qual considerava sua segunda casa. Tão logo seu falecimento foi confirmado, sua página numa rede social foi inundada de relatos carinhosos de “sua vida em Cristo”.

Mãe de três filhas, Marcia teve seis netos. Atualmente separada, vivia com uma das filhas e um neto no jardim Alvorada. Trabalhava como auxiliar de limpeza numa empresa na região da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Acredita-se que foi ou no trajeto de ida e volta ao trabalho que tenha tido contato com o vírus.

Segundo uma das filhas, a mãe não possuía nenhum tipo de doença que possa ter ajudado no agravamento da doença, como diabetes, asma ou algo assim. Jovem, Márcia também não se enquadra no perfil de pessoas que seriam mais suscetíveis à doença. Ou seja, para os que teimam em negar a gravidade do coronavírus, não deveria passar de uma gripezinha.

A vida real, porém, não funciona assim. A Covid não escolhe suas vítimas e, pior, faz com que a despedida da pessoa amada se dê de maneira fria e distante. Marcia, por mais amada que fosse, não teve direito a velório. Márcia, mesmo com vários netos e filhos querendo segurar sua mão enquanto esteve internada, não teve direito enquanto esteve numa unidade de terapia intensiva. Marcia, querida que era pelos irmãos da igreja, não pode receber uma última oração no funeral que lhe foi retirado pelo novo coronavírus. “Minha mãe foi internada dia 20 de maio. Foi a última vez que eu a vi, na recepção do hospital. Ela entrou e eu fiquei lá fora. Não a vi mais. Ainda dói muito. Perder a mãe é a pior dor do mundo”, desabafa a filha.

Texto: Waldiclei Barboza

Foto: divulgação

Publicado na edição 1216 – 11/06/2020

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